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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Toronto em 360 graus

Uma das coisas interessantes em programar um roteiro de viagem é que, por mais que você pesquise e veja fotos de um lugar, a sensação que se tem quando você, finalmente, põe os pés no destino estudado pode ser completamente diferente da esperada. Foi o que aconteceu comigo em Toronto!! Confesso que, durante as minhas pesquisas, não estava muito empolgado com a cidade e acreditava que nem iria curtir tanto. Mas o que aconteceu foi exatamente o contrário!!


Toronto Skyline


Chegamos à cidade no dia 21 de junho de 2015, um domingo, vindo da Cidade do México de um voo de madrugada. O relógio marcava umas 8:30h da manhã quando pegamos o táxi no aeroporto em direção à cidade. Pelo caminho, já era possível observar como a cidade era bem cuidada, com suas ruas limpas, casas típicas da América do Norte, sem muro, jardins bem cuidados, varandinhas floridas. Nosso hotel, o Isabella Hotel & Suites, ficava no centro da cidade, a cerca de 4 Km da CN Tower, o principal marco da Toronto. Confortável e limpo, o hotel ficava próximo a uma estação de metrô e tinha excelente custo-benefício. Abaixo dele, tem um pub, o Gabby's, com ambientes de bar e restaurante e uma ótima comida!! Ficaria hospedado neste hotel novamente, sem dúvidas!! Aliás, o centro de Toronto é o melhor lugar para ficar hospedado, pois, embora você acabe pagando um pouco mais caro, acaba tendo uma facilidade enorme de acesso ao transporte público e aos principais pontos de interesse da cidade.



Por falar em transporte público, Toronto conta com 3 tipos: o metrô, o ônibus e o streetcar (uma espécie de bondinho), todos administrados pela mesma empresa, a TTC (Toronto Transit Comission). E, embora eles funcionem de forma adequada, o metrô é bem restrito, abrangendo uma área limitada da cidade. Além disso, achei o metrô um pouco confuso no início (diferente de várias outras cidades, como Paris, Londres e NY, nas quais rapidamente eu desenrolei o funcionamento das linhas), além de ter suas estações um pouco camufladas e escondidas (em muitos lugares as entradas para a estação eram lindos e modernos prédios, nem um pouco parecidos com as entradas de metrô as quais eu estava acostumado) e não há placas muito visíveis indicando o local. Para completar, o transporte público é caro: um único ticket, o chamado token  (que você compra, facilmente, em máquina de auto-atendimento ou diretamente em uma bilheteria), custava cerca de $3 CAD (aproximadamente 8 reais na época que fui). A sorte é que chegamos em um domingo, dia em que você pode comprar um passe diário, por $11 CAD, para duas pessoas!! Fica a dica!!

Link para a TCC: https://www.ttc.ca/
Link para o mapa do metrô: https://www.ttc.ca/Subway/interactive_map/interactive_map.jsp#


Aliás, para nós, brasileiros, Toronto é cara... o Canadá inteiro é caro!! E, por mais que eu tenha feito inúmeros cálculos antes de ir, esta foi a minha primeira viagem em que o dinheiro programado para gastar não foi suficiente!! Então, se pretendem ir ao Canadá, preparem o bolso!!! E olha que, na programação, eu economizei o máximo possível!!!

Mas vamos voltar à parte boa: chegando ao hotel, deixamos a nossa bagagem e saímos em direção à atração mais próxima: o Royal Ontario Museum (ROM). Inicialmente, eu havia planejado ir de metrô, uma vez que havia previsto que estaríamos cansados da viagem noturna. Ledo engano. Estávamos super dispostos e, como o museu ficava apenas a 2 Km de distância, optamos pela melhor forma de se conhecer e sentir uma cidade: andando por suas ruas. E, assim, chegamos ao ROM, o maior museu do país e que conta com um riquíssimo acervo de artefatos históricos de várias partes do mundo, como Egito, Grécia, China e, obviamente, Canadá. Além disso, tem uma área dedicada à história natural, com diversos fósseis de dinossauros. Obviamente, como o museu é enorme, tivemos que escolher quais setores conhecer e não poderíamos deixar de lado aquele dedicado aos antigos índios que habitavam o Canadá antes da colonização européia.

A caminho do ROM

Primeira das muitas visões da CN Tower que teríamos ao longo do dia

A moderna fachada do ROM

Representação de um totem, famoso ícone do país e que, para os antigos indígenas, representava uma espécie de símbolo da tribo ou família, cercado de misticismo por ser uma espécie de meio de contato entre o humano e o sobrenatural.

Antigas embarcações indígenas

Um dos muitos fósseis presentes no museu


Terminado o passeio pelo museu, era hora de pegar o metrô em direção a um dos pontos centrais de Toronto: a Dundas Square. Ao lado do próprio museu, tem uma estação da linha 1 que leva direto até a praça. Esta, por sua vez, é uma espécie de "mini Times Square". Para quem conhece New York, confesso que esta praça não impressionará muito, já que a Times Square é muito mais vibrante!! Por sorte, havia ali um palco montado, como parte das apresentações gratuitas do Festival de Jazz que acontece em Toronto nessa época. E a música tocada formava uma excelente trilha sonora para nosso primeiro dia de Canadá!!

Dundas Square
Foto tirada já na calçada da entrada do Eaton Centre


Logo ali na Dundas Square, já é possível ver a entrada de um dos mais famosos shoppings da cidade: o Eaton Center, ideal para quem gosta de comprar e para quem está com dinheiro sobrando para gastar (o que não era o nosso caso!!). No complexo de lojas, é possível encontrar várias marcas famosas. Além disso, ele conta com andares subterrâneos que se comunicam com a cidade subterrânea, conhecida como PATH. Isso mesmo: por conta do intenso frio nos meses de inverno, Toronto conta com uma série de ruas subterrâneas que interligam centros empresariais, estabelecimentos comerciais e estações de metrô!! Mas confesso que, naquele lindo dia de verão, não me senti nenhum pouco tentado a conhecer os túneis subterrâneos!! Caminhar ao ar livre e apreciar (e, óbvio, fotografar) a imponente CN Tower de diferentes ângulos e pontos da cidade, estava muito mais tentador!!

Toronto Downtown
E olha a CN Tower de novo!!


E, assim, após um tempo caminhando pelo centro financeiro da cidade, decidimos ir em busca do chamado Distillery District. Do que se trata? Bem! Sabe aquelas antigas fábricas e armazéns que costumam ficar abandonados e, na maioria das vezes, acabam integrando a parte marginalizada de um determinada cidade? Pois é!! Em um país como o Canadá, nada se perde, tudo se aproveita!! E uma antiga destilaria, com seus inúmeros armazéns abandonados, foram transformados em uma área de lazer para os moradores da cidade. Um complexo de restaurantes, cafés e lojas, preservando a típica arquitetura colonial!! Como era domingo, o local estava repleto de locais, muitos aproveitando a possibilidade de sair ao ar livre, sem congelar, para fazer yoga no grande pátio existente no complexo. Ao mesmo tempo, várias tendas haviam sido montadas e vendiam objetos e comidas artesanais!! Tudo repleto de muito charme!! E posso garantir: uma visita a este local vale a pena, especialmente, no final de semana!!

Entrada/saída do Distillery District


Locais fazendo yoga

Palavra formada por inúmeros cadeados!!




Para chegar ao Distillery District, eu tinha tudo anotado: era só ir até a Union Station (estação de trem central de Toronto) e, de lá, pegar um ônibus, o 65A Parliament. Simples não? O problema é que nem sempre o que tanto pesquisamos sai exatamente como planejado!! Afinal, a Union Station era enorme e, ao lá chegar, eu percebi que não tinha a menor ideia de onde poderia ficar o ponto de ônibus!! Aí estávamos lá, sem saber para onde ir, só querendo encontrar um ponto de ônibus, quando quem se oferece para nos ajudar?? Mais um simpático canadense, claro!!! Logo percebendo que estávamos perdidos, ele se aproximou e tentou nos ajudar!! Entendendo para onde queríamos ir, falou que estava indo pelo mesmo caminho e disse que poderia nos levar até lá!!! Gentileza em troca de nada!! Confesso que estávamos com os pés destruídos já e preferindo, simplesmente, pegar o ônibus que nos deixaria na entrada do complexo!! Mas ele estava sendo tão gentil que foi impossível negar sua disposição em ser prestativo!! Durante o percurso (que durou cerca de 30 min) ele foi super simpático e ainda nos sugeriu parar numa linda feira de antiguidades local que só acontece nos domingos!! A feira ficava exatamente em frente ao mais famoso mercado da cidade, o St Lawrence Market! Não entramos, mas, para quem curte mercados locais, li vários relatos elogiando!!

St Lawrence Market, antigo prédio que hospedava a prefeitura da cidade!!


A volta do Distillery District foi tranquila. Como o local só tem mesmo uma única entrada/saída, bastou ficar ali esperando o mesmo ônibus citado acima e retornar para a Union Station. Vale ressaltar que, para o ônibus, usamos o mesmo passe diário que compramos para o metrô, uma vez que a mesma empresa administra ambos os meios de transporte. Uma vez retornando a Union Station, estávamos prontos para seguir caminhando até o nosso próximo destino: a icônica CN Tower que, até 2007, era a estrutura mais alta do mundo!!

Front Street - na foto, vê-se a Union Station e, logo atrás, a CN Tower


Para chegar a CN Tower, pode-se pegar a linha 1 de metro até a Union Station. A dica é sair da estação direto para a Front Street e seguir, por esta rua, até a CN Tower (basta erguer a cabeça ao sair da Union Station, que você verá a torre). Não tem erro!! Agora é só comprar o ticket que melhor se adaptar às suas necessidades e, claro, ao seu bolso. E aqui, tem-se as seguintes opções:

a) Comprar a entrada que te leva até o primeiro nível de observação: LookOut Level, a 346 m de altura. Este é o mais barato e ainda te dá o direito de conhecer o famoso chão de vidro que fica um nível abaixo, a 342 m de altura. O valor, na época em que viajei, foi de $35 CAD.

b) Comprar a a entrada que, além dos níveis acima descritos, te dá o direito de ir até o nível mais alto da torre: SkyPod, a 447 m de altura. O valor acrescenta $12 CAD ao valor anterior.

c) Comprar todas as opções anteriores adicionada ao EdgeWalk. Esta é a opção para os corajosos e amantes de esportes radicais. Permite que você ande pelo lado de fora da área de observação, preso a torre por cabos (haja coragem!!!!). Custa $195 CAD (mais um motivo para eu não ir!!!!). Obviamente, esta opção é fechada nos meses de inverno!!

d) Como última opção, você pode acrescentar um jantar no alto da torre e que pode ser reservado, online, com antecedência.

Eu escolhi a primeira opção e posso garantir que já vale muito a pena!!!! A diversão já começa pela subida no veloz e panorâmico elevador!! Depois disso, é só se deixar encantar pela visão em 360 graus de Toronto, com destaque para o imenso lago Ontário que fica logo em frente à CN Tower!! De tão imenso, parece mar (ele corresponde a um dos 5 lagos que compõem os Grandes Lagos da América do Norte, entre EUA e Canadá, e que representa a maior bacia de água doce do mundo).

Aos pés da torre

As badaladas Toronto Islands

Lago Ontario




Para completar, temos o chão de vidro!!! A sensação de pisar num chão completamente transparente a essa altura é impressionante e, por incrível que pareça, eu não tive nenhum medo!! Muito pelo contrário: estava difícil me tirar lá de cima!! Pena que, das minhas muitas tentativas de foto (em pé, deitado, usando o espelho que tem na parede, etc), poucas prestaram devido à incidência da luz através do vidro!!

Chão de vidro!!



Depois de apreciar a vista em todos os seus ângulos, nos sentamos um pouco no chão da CN Tower, a mais de 300 m de altura, para descansar e jogar conversa fora!! A intenção era esperar o por do sol e aguardar para ver a cidade iluminada!!! Mas como o dia iria até as 21h, o cansaço foi mais forte e nos venceu (afinal, tínhamos enfrentado um voo de madrugada)!! Infelizmente, perdemos o espetáculo que deve ser o anoitecer visto daquela altura!! Mas, pelo menos, temos mais um motivo para voltar!!


PARA SE PLANEJAR:

1. Royal Ontario Museum

Abre dos sábados às quintas de 10 às 17:30h, nas sextas das 10 às 20:30h
Entrada: $17 CAD
Como chegar: a estação de metrô mais próxima é a Museum Station (linha 1)
Site oficial: http://www.rom.on.ca/en

2. CN Tower

Abre todos os dias das 8 às 23h
Entrada: detalhes no post
Como chegar: detalhes no post
Site oficial: http://www.cntower.ca/en-ca/home.html

OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem
2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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