E após uma deliciosa manhã pelas ruas do centro histórico de Viena, nosso próximo destino era mais um dos famosos palácios da cidade: O Belvedere (palavra em italiano que significa: bela vista). Famoso por sua bela arquitetura barroca e seu apreciado jardim, trata-se, na verdade, de dois palácios: o Belvedere Inferior e o Belvedere Superior, separados pelo belíssimo jardim que tanto chama a atenção na primavera e no verão. Infelizmente, no outono, época em que o visitamos, os jardins já haviam perdido muito daquela beleza característica que vemos em fotos do local.
Belvedere Superior. Atrás dele, está o jardim e o Belvedere Inferior |
Belvedere Inferior. Aqui funcionam uma loja do museu e um restaurante |
Jardim que separa os dois palácios. Nesta época, já sem flores |
Construído entre 1700 e 1725 para ser a residência de verão do Príncipe Eugênio de Saboia (francês que abandonara a monarquia francesa para servir a dinastia Habsburgo em Viena), o Belvedere foi adquirido, após a sua morte, pela Imperatriz Maria Theresa (porque apenas um palácio de verão, o Schönbrunn, não devia ser suficiente).
Funcionando, atualmente, como um museu, o Belvedere abriga obras de artistas austríacos, como as de Gustav Klimt, com destaque para o quadro "O Beijo". Como já expliquei nos relatos do nosso primeiro dia em Viena, havíamos decidido não entrar no Belvedere e nos contentamos em conhecer apenas a sua área externa. Para isso, optamos por entrar no complexo pelo portão principal que leva diretamente ao Belvedere Superior. Seguimos, então, para o jardim que se situa entre os dois palácios e continuamos caminhando até o Belvedere Inferior, deixando o complexo a partir deste último. Para chegar aos portões, pegamos o metrô (linha U1) até a Estação Sudtirolerplatz, localizada em frente à Hauptbahnhof (estação de trem da cidade). No mapa abaixo, traço o trajeto até a entrada do Belvedere. Caso opte por começar o passeio pelo Belvedere Inferior, basta descer na Estação Karlsplatz (ou seguir a pé, a partir do centro da cidade).
No mapa, a seta mais inferior mostra a direção a ser seguida a partir da estação de metrô em frente à Hauptbahnhof |
O Belvedere Superior é bem mais bonito e imponente do que o Inferior. O jardim, infelizmente, estava com suas fontes desligadas e com nem metade da aparência vista nas fotos que mostram o seu auge. Uma pena!! Mas apenas mais um motivo para retornar a Viena em uma estação diferente do ano.
Belvedere Superior visto a partir do jardim |
Saindo do Belvedere, pegamos novamente o metrô, agora com o objetivo de seguir até o parque de diversões Prater. A intenção era a de conhecer a mais antiga roda-gigante do mundo, construída em 1897 para celebrar o aniversário do Imperador da Áustria, na época. Com 65 metros de altura, ela é, atualmente, considerada um dos principais marcos de Viena, oferecendo uma maravilhosa vista da cidade. Mantendo cabines ainda no estilo antigo, cada volta completa da roda-gigante ocorre lentamente, dando tempo de sobra para apreciar a vista e fotografar bastante. Algumas cabines são exclusivas para jantares românticos, caso você tenha dinheiro sobrando para gastar.
A entrada no parque é gratuita, sendo, no entanto, necessário pagar 9,50 euros para andar na roda-gigante. Após passar pela bilheteria, você entra numa sala circular, contendo cabines antigas da atração, no interior das quais, maquetes retratam a Viena antiga, incluindo o próprio parque no início do século XX.
Maquete da Antiga Viena. Note, no centro, a Catedral de St Stephen e, ao redor, a muralha que cercava a cidade e onde hoje existe o anel viário da cidade: o Ringstrasse |
Passando desta sala, você segue para a fila que dar acesso à cabine da roda-gigante e que, para a nossa sorte, neste dia, estava minúscula. Apenas 10 pessoas, nos incluindo, foram colocadas na cabine (não sei dizer o número máximo de visitantes que cada cabine suporta). E quanto menos pessoas, melhor para se ter acesso aos dois lados e apreciar a vista de todos os ângulos.
A esta altura, o pôr do sol já havia se iniciado, tornando o passeio ainda mais agradável. E lá estávamos nós, em uma roda-gigante construída ainda no século XIX, apreciando a linda vista de Viena do alto, com o sol iniciando seu momento de despedida e a sensação de que experiências como estas tornam qualquer dinheiro gasto em uma viagem o melhor investimento que podemos fazer.
Percebam a parte moderna da cidade ao fundo |
O parque de diversões conta com inúmeras outras atrações para as mais diversas idade, incluindo um museu de cera Madame Tussauds, vizinho à roda-gigante. Não tínhamos, entretanto, o intuito de visitar estas outras atrações. Para quem tiver interesse, assim como quiser ter conhecimento dos eventos que ocorrem no parque, pode acessar o site oficial.
Para chegar ao Prater, basta pegar a linha U2 e descer na Estação Praterstern, que fica bem próxima à roda-gigante. E aqui vai uma dica: não faça como nós que descemos na Estação Messe-Prater; você vai parar no outro extremo do parque, oposto de onde fica a roda-gigante e no qual tava quase tudo fechado.
Saindo do Prater, pegamos o metrô com destino ao museu dedicado a Freud, localizado no prédio onde funcionava o seu consultório. Localizado na rua Berggasse, número 16, o antigo prédio albergava também a residência do Pai da Psicanálise, que lá viveu entre os anos de 1891 e 1938. A partir deste último ano, Freud foi obrigado a fugir de Viena, devido a sua origem judia e à ocupação nazista da cidade, indo morar em Londres (e teve sorte em conseguir, uma vez que suas 4 irmãs não tiveram a mesma sorte, sendo mortas em campos de concentração).
Para acessar o museu, basta pegar a linha U2 do metrô, descer na Estação Schottentor e seguir o caminho indicado no mapa abaixo:
Como é possível perceber, o museu dedicado a Freud não encontra-se longe da Ringstrasse |
Na entrada do museu, você recebe um áudio-guia incluso no valor do ingresso (9 euros). Na saída, há uma pequena livraria contendo inúmeras obras do psicanalista ou relacionadas ao mesmo. Infelizmente, saí de lá decepcionado, uma vez que o acervo do museu é bastante limitado. A sala que correspondia à sala de espera do consultório possui algumas mobílias da época e a sala onde funcionava o consultório em si possui apenas uma antiga cadeira no canto da parede e uma coleção enorme de fotos de Freud em suas paredes. Pelo que entendi, o acervo localizado no museu de Londres é bem maior e diversificado (pretendemos conhecê-lo algum dia).
Conclusão: para aqueles que estudam psicanálise e têm Freud como um ícone, a visita deve valer muito à pena. Mas para quem não é tão familiarizado com a sua obra e história, acredito que é um passeio que possa ser dispensado caso você tenha pouco tempo na cidade.
E, assim, após um palácio imperial, uma roda-gigante histórica e uma visita ao consultório de Sigmund Freud, terminávamos nosso segundo e intenso dia em Viena.
PARA SE PLANEJAR:
1. Belvedere
Horário de funcionamento: diariamente, das 10 às 18h (nas quartas, o Belvedere Inferior fica aberto até as 21h)
Entrada: 20 euros, incluindo os dois palácios (há outras opções de ingressos no site oficial)
Como chegar: de metrô (linha U1 até a Estação Sudtirolerplatz)
Site oficial: http://www.belvedere.at/
2. Prater
Horário de funcionamento: aberto 24h
Entrada: gratuita (cada atração cobrará um valor específico. Para andar na roda-gigante, cobra-se 9 euros)
Como chegar: de metrô (linhas U2 até a Estação Praterstern)
Site oficial: http://www.prater.at/
3. Museu de Freud
Horário de funcionamento: abre diariamente das 10 às 18h
Entrada: 9 euros
Como chegar: de metrô (linha U2 até a Estação Schottentor)
Site oficial: http://www.freud-museum.at/en/
OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.
2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio
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