Embora seja uma cidade realmente grande, com mais infra-estrutura do que Yangshuo, Guilin acaba servindo mais como ponto de partida para quem quer fazer o Li River Cruise. Dotada de aeroporto, duas estações de trem e terminal de ônibus, é em Guilin que os turistas chegam antes de partir para Yangshuo.
Mas a cidade chinesa também tem suas próprias atrações, com destaque para os belos Pagodes do Sol e da Lua, torres com arquitetura típica da Asia, comuns em países como China e Japão, e, em geral, associados à função religiosa. Além dos pagodes, destacam-se: o Elephant Trunk Hill, uma formação rochosa que lembra a tromba de um elefante mergulhando no rio Li; o Seven Star Park, um parque verde no meio da cidade; e a Reed Flute Cave, uma popular caverna da região.
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Pagodes do Sol e da Lua em Guilin |
Retornamos a Guilin após nosso passeio por Yangshuo de ônibus, como já contei no post no qual dou todas as
dicas sobre o Li River Cruise. Caminhamos do terminal rodoviário até o mesmo hostel onde já havíamos nos hospedado na primeira noite: o Guilin Riverside Inn. O ponto positivo do hostel (além dos atendentes prestativos e dos quartos espaçosos) era sua localização, que nos permitia alcançar caminhando os terminais rodoviário e ferroviário e três atrações da cidade: os pagodes, o Elephant Trunk Hill e o Seven Star Park.
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A seta indica o nosso hostel. A - Elephant Trunk Hill; B - Pagodes do Sol e da Lua; C - Seven Star Park |
Inicialmente, havia programado conhecer a Reed Flute Cave, mas como acabamos por conhecer a Silver Cave em Yangshuo, retiramos a caverna do roteiro e colocamos o Seven Star Park no seu lugar. O principal motivador para ir até o parque: a presença de ursos pandas no local. Inicialmente, veríamos os típicos ursos do país, em Hong Kong, no Ocean Park. No entanto, como perdemos esta chance, tínhamos uma segunda oportunidade, agora em Guilin.
No entanto, como já falei algumas vezes nos meus relatos sobre a China, as informações encontradas na internet sobre as cidades que visitamos eram escassas e incompletas. E não foi diferente com o Seven Star Park.
Seguimos para o parque caminhando, seguindo a sugestão da recepcionista do hostel, que nos informou que seriam apenas 30 minutos de caminhada, evitando os caóticos ônibus da cidade. No trajeto, passamos pelo lago onde ficam os pagodes, mas deixamos para apreciá-los à noite. Chegando no Seven Star Park, a primeira surpresa: a entrada era paga. Pior que não vi esta informação em nenhum local e nem imaginei que teríamos que pagar para entrar em um parque urbano. Mas pensei que seria por causa dos pandas (ledo engano, como perceberão abaixo). Infelizmente, esqueci de registrar o valor.
Foi aí que tivemos a segunda surpresa (informação também não vista durante minhas pesquisas): para acessar a espécie de zoológico onde se encontram os ursos, você tem que sair do parque por trás e pagar um novo ingresso. Vale muito mais à pena pegar um táxi direto para a entrada do zoológico, não precisando pagar para caminhar pelo interior do parque.
E já estávamos ali mesmo. Por que não pagar? Vamos nessa! Vamos ver os pandas! Mas realmente, a China não queria que apreciássemos o animal símbolo do país. Terceira surpresa: o acesso aos ursos havia fechado fazia 5 min, às 17 horas. Imaginem a frustração. Saímos mais cedo do que precisávamos de Yangshuo para andar por um parque que nos cobrou para isso sem nos oferecer muito em troca e ainda não conseguimos ver os pandas.
Retornamos frustrados para o hostel. Mas fica o aprendizado para ser compartilhado: a entrada no Seven Star Park é cobrada, mas não dá direito a ver os pandas. Para isso, precisa pagar um outro ingresso. O melhor, portanto, é seguir direto para o zoológico, pagando o ingresso apenas para ver os ursos. E lembre-se: fecha às 17 horas.
Chegamos no hostel, descansamos um pouco e saímos novamente quando já era noite para apreciar os Pagodes do Sol e da Lua. Estes ficam no interior do Shanhu Lake, no centro de Guilin, e correspondem ao cartão-postal da cidade.
E a principal dica que posso dar sobre os mesmos é: não deixe de vê-los à noite, uma vez que a iluminação que eles ganham quando anoitece aumenta ainda mais a beleza das duas torres.
A torre mais alta, a do Sol, ganha uma iluminação dourada, enquanto a menor, a da Lua, ganha tons prateados. O efeito refletido nas águas do lago dão um toque ainda mais especial e místico aos pagodes.
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Pagodes do Sol e da Lua |
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Pagode do Sol |
Após caminhar um pouco em torno do lago, retornamos pela avenida do nosso hostel e acabamos encontrando uma feirinha local de produtos artesanais em uma rua paralela. Havia também barracas vendendo espetinhos de tudo que se pode imaginar e muitos restaurantes com mesas nas calçadas.
Aproveitamos para pechinchar na compra de mais alguns souvenirs (a esta altura já estávamos familiarizados com o costume dos chineses de sempre informar um preço mais alto para dar início à barganha) e, obviamente, durante nosso passeio, fomos fotografados e apontados pelos chineses que, claramente, nos viam como figuras extremamente exóticas. Mas isto foi uma constante por onde nós passamos fora de Hong Kong.
Outro aspecto da cidade que nos chamou a atenção: o caos no trânsito, especialmente, no que diz respeito às motos. Estas são muitas e transitam por todo lugar, incluindo as calçadas. Portanto, cuidado! Fiquei até na dúvida se os retornos aparentemente absurdos que os motociclistas faziam nas ruas não eram, na verdade, permitidos, de tão constante que eram.
Felizmente, conseguimos voltar ao hostel sem sermos atropelados...
O dia seguinte começou com nossa ida até o Elephant Trunk Hill que também se localizava próximo ao nosso hostel. Em cinco minutos, a pé, chegamos ao local. E aqui, mais uma surpresa inesperada: a entrada era paga (nenhuma referência a isto na internet). O valor: 75 CYN. Abre das 6:30 às 18:30h.
Diferente do Seven Star Park, o dinheiro pago aqui vale à pena. Já dentro da área cênica, pode-se dividir o passeio em duas partes: a subida ao topo da montanha e o passeio pela orla contrária do rio, com o objetivo de avistar a montanha de mais longe.
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Entrada da atração |
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Já do outro lado do rio |
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O elefante tomando forma |
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Eles realmente levaram a semelhança do monte com um elefante a sério |
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Chegando bem próximo da "tromba" |
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Vista durante a descida |
Já aos pés da montanha, no fim do trajeto, você encontra um local de contemplação religiosa, composto pela figura de um buda no centro e 12 esculturas em formato de sinos ao seu redor, representando, cada um, um signo do horóscopo chinês.
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Buda por toda parte |
Saímos do Elephant Trunk Hill direto para o Shanhu Lake, com o objetivo de ver os Pagodes do Sol e da Lua, agora à luz do dia. Vale ressaltar que o interior dos pagodes podem ser visitados ao custo de 50 CYN, havendo uma comunicação subaquática entre os dois.
Nesse passeio ao redor do lago, mais crianças chinesas nos apontando como se fossemos seres de outro planeta e mais chineses tentando nos fotografar escondidos. Confesso que achava graça na situação.
A esta altura, já era meio-dia. Hora de pegar as coisas no hostel e partir para a estação ferroviária pegar o nosso trem de volta para Hong Kong. Como o terminal era próximo do nosso hostel, foi possível chegar até lá caminhando (a minha melhor ideia nessa viagem foi deixar as malas em Hong Kong e seguir apenas de mochila). A estação ferroviária de Guilin difere bastante daquelas pelas quais passamos em Shenzhen e Nanning: menor e menos organizada.
Chegava a hora de nos despedir de Guilin, cidade chinesa que, por si só, não seria imperdível caso não servisse de base para fazer o passeio pelo rio Li até Yangshuo. Este sim um passeio fenomenal!
Começava nossa aventura de volta a Hong Kong. Por que aventura? Contarei o perrengue pelo qual passamos no próximo post...
OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.
2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio
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