Em 2015, embarcamos para a Cidade do México, onde só foi possível ficar por 2 dias antes de embarcar para o Canadá. Dois dias que foram, claramente, poucos para explorar as inúmeras atrações que a capital mexicana oferece. Eu não poderia imaginar, entretanto, que, em menos de 1 ano, uma segunda oportunidade para viajar até a Cidade do México surgiria. Desta vez, no entanto, a trabalho, mas, obviamente, sem perder um minuto do tempo livre para passear por alguns dos pontos turísticos que ficaram de lado da visita anterior.
Falarei aqui, portanto, destes novos lugares que descobri durante esta segunda visita, embora tenha também passado por alguns locais visitados anteriormente, como: o Mercado de Artesanias La Ciudadela (ficava a poucos minutos de caminhada do hotel e, como havíamos deixado de comprar alguns souvenirs na viagem anterior, não resisti); o Palácio de Bellas Artes (ficava quase em frente ao hotel, de modo que, mesmo que eu não quisesse, passaria várias vezes por ele. Mas vamos combinar: é o prédio mais belo da cidade; então, não cansa nunca!); e o Zocalo, claro (é o coração da cidade, está bem próximo do Palácio de Bellas Artes e contem algumas atrações que ficaram de fora da primeira vez).
Palacio de Bellas Artes |
Uma nova experiência vivida neste retorno ao México foi estar sozinho e não ter com quem compartilhar o passeio. Confesso desde já que não curti muito e prefiro mil vezes viajar acompanhado, em especial, de pessoas que compartilham do mesmo perfil e da mesma ânsia por desbravar o mundo.
Mas não iria perder a oportunidade, não é mesmo? Portanto, cheguei a agenda do evento, verifiquei os horários livres e tracei o meu roteiro.
Comecei pelo Mercado de Artesanias, chegando, desta vez, às 9 horas da manhã, enquanto o mesmo abria e, assim, corrigindo o erro da primeira vez, quando chegamos no final do dia, quando a maioria das lojas já estavam fechando.
E se, em 2015, eu tinha apenas tido a noção do que era o mercado, desta vez, pude me encantar muito mais com os inúmeros produtos do artesanato local que são vendidos ali. E não consegui resistir às caveiras coloridas, uma tradição herdada dos antigos povos que colecionavam caveiras humanas, consideradas símbolos de vida e prosperidade.
Mercado de Artesanias La Ciudadela |
Retornei ao hotel para deixar as compras (só souvenirs, claro!) e segui para a agradável praça localizada logo em frente: a Alameda Central. Com fontes, esculturas e muito verde, a área é bastante movimentada pelos mexicanos de todas as idades que param em seus bancos para descansar ou jogar conversa fora.
Alameda Central |
Torre Latinoamericana vista da Alameda Central |
E logo ali ao lado da Alameda Central, está o esplendoroso Palácio de Bellas Artes. Confesso que foi uma delícia ficar hospedado tão perto deste prédio e poder apreciá-lo sempre que quisesse.
Palacio de Bellas Artes |
Da alameda, segui para o Zocalo, passando pela Torre Latinoamericana (na qual já havia subido em 2015). O objetivo era entrar no Palácio Nacional para conhecer os famosos murais de Diego Rivera que enfeitam as paredes do prédio que é sede do governo federal. Infelizmente, o palácio estava fechado no dia em que visitei o Zocalo em 2015. Mas, desta vez, não perderia a oportunidade.
Catedral da Cidade do México (Zocalo) |
Zocalo |
Zocalo |
Palacio Nacional |
Palacio Nacional |
A entrada dos turistas não se localiza na fachada virada para o Zocalo, mas sim na lateral do palácio, como mostrado na foto abaixo. Uma fila é formada logo em frente à entrada. Por sorte, não havia mais ninguém na fila. No entanto, para entrar no palácio é preciso estar de posse do passaporte que será retido na entrada e devolvido quando você sair do prédio. E adivinha: eu não estava com o passaporte em mãos. Ainda bem que o meu hotel era ali perto, embora meus pés não tenham gostado muito desse bate-e-volta até o meu quarto. Enfim, fica a dica: não deixe de levar seu passaporte caso queira entrar no Palácio Nacional.
A seta indica o local de entrada do Palacio Nacional para os turistas |
Após sua entrada, basta seguir as placas que indicam a localização dos famosos murais. E que murais!! Uma pena não termos conhecido, da primeira vez, as belas pinturas feitas pelo famoso pintor mexicano naquelas paredes. A primeira delas, a maior do todas, no alto de uma escadaria, é a mais impactante de todas e resume toda a história mexicana, da época pre-colombiana até o século XX. Um espetáculo. Vale muito à pena conhecer os murais de Rivera. Ouso, inclusive, a dizer que é o melhor do que há no Zocalo. E o melhor: a entrada é gratuita!
No interior do Palacio Nacional |
Mural de Diego Rivera (o maior deles) |
Outros murais pelos corredores do palácio |
Mas o Palácio Nacional não era meu único objetivo ali no Zocalo. Uma outra atração do local também havia ficado de fora do nosso roteiro em 2015: as ruínas do Templo Mayor. Isto mesmo: a Cidade do México possui ruínas arqueológicas bem no meio da cidade. Ruínas de um templo da antiga cidade asteca (Tenochtitlan) que se localizava onde hoje é a Cidade do México. E este sítio arqueológico está logo ali, ao lado da catedral. Foi descoberto já no século XX e, para a sua exploração, foi necessário demolir os prédios que foram construídos no local já na década de 30.
E não se trata apenas das ruínas em si, mas também de um museu arqueológico, o museu do Templo Mayor, que expõe as relíquias históricas encontradas nas escavações, entre os quais esqueletos de animais em oferenda aos deuses e crânios decorados.
Você começa o passeio pelas ruínas, seguindo uma trilha determinada que termina na entrada do museu. Confesso que, em comparação com outros sítios arqueológicos (como a própria cidade antiga de Teotihuacan, localizada próximo à capital mexicana), o Templo Mayor não impressiona tanto, sendo o maior destaque as esculturas de serpentes que se insinuam a partir da construção principal. Já o museu, embora pequeno, é fantástico.
A catedral da cidade construída pelos espanhóis bem ao lado do principal templo asteca |
Ruínas do Templo Mayor |
A representação de uma cabeça de serpente |
Ruínas no meio da cidade |
Ainda há vida no centro das ruínas |
Museu do Templo Mayor. Relíquias encontradas nas escavações |
As peças tentam montar o quebra-cabeça e a luz incidente mostra as cores naturais da peça histórica |
O passeio pelo Templo Mayor não é demorado e pode ser, tranquilamente, realizado em cerca de uma hora. Afinal, a área escavada das ruínas não chegam nem perto de Teotihuacan nem o museu tem um quinto do tamanho do Museu Nacional de Antropologia (sobre o qual falo nos meus relatos de 2015).
Do Zocalo, segui caminhando até um dos monumentos da cidade o qual não havia visitado antes: o Monumento a la Revolución, erguido em homenagem à Revolução Mexicana e considerado o mais alto arco triunfal do mundo.
Monumento a La Revolución |
A parte de trás do monumento (aquela abertura no chão próxima ao monumento é por onde se tem acesso ao elevador) |
É possível subir em um elevador com vista panorâmica até o alto do monumento, de onde se tem uma vista de 360 graus da Cidade do México. Em 2015, pude ver a cidade do alto a partir do mirante da Torre Latinoamericana e confesso que a vista desta última me agradou mais. Portanto, se tiver que escolher entre as duas subidas, eu indicaria a torre. De qualquer modo, vale à pena visitar o Monumento a La Revolución nem que seja para apreciá-lo de perto.
Subindo do elevador panorâmico |
No alto do Monumento a la Revolución |
O meu dia livre nesta segunda visita à capital mexicana chegava ao fim. Entretanto, no dia seguinte, me vi livre novamente a partir das 16:30h a aproveitei para caminhar até a Plaza Garibaldi, localizada a cerca de 5 quarteirões do Palácio de Bellas Artes. A praça é famosa por albergar inúmeros mariachis, os famosos músicos mexicanos, que começam a se aglomerar na praça no final do dia.
A área em torno da praça e o caminho até lá não me pareceram muito seguros e eu havia lido relatos na internet orientando um pouco mais de atenção no local. No entanto, minha curiosidade em ver mexicanos no típico traje, com seus clássicos instrumentos, tocando a característica música do país foi maior que o meu receio.
Chegando lá, percebi a aglomeração de vários grupos diferentes de mariachis dispersos pela praça. mas estranhei o fato de estarem todos parados, apenas conversando. Aguardei um pouco e nada de música. Andei pela praça, fotografei, o número de mariachis aumentou, mas nenhum tocava uma única nota.
Foi aí que me aproximei de uma senhora que vendia souvenirs para confirmar o que já desconfiava: os mariachis só tocavam após serem pagos para isso. Sinceramente, não tinha comprado tantos pesos mexicanos para passar tão poucos dias e não me animei para este gasto. A senhora, no entanto, me disse que eu poderia ficar esperando algum turista pagar e, assim, observar a apresentação de longe.
No entanto, ficar ali parado já estava me deixando constrangido, o que só piorou porque a senhora correu logo para avisar a um dos mariachis que eu queria ver uma apresentação. Quando percebi que seria cercado pelos inúmeros grupos que começariam a disputar a minha atenção (afinal, eu era o único turista presente), resolvi fugir e terminei minha segunda passagem pelo México sem ser os mariachis se apresentando. Talvez, a chance de vê-los tocar seja maior à noite. Mas não indico ir a pé até lá após o pôr do sol.
Mas quem sabe eu não volte pela terceira vez à capital mexicana, não é mesmo? Até porque, mesmo após duas visitas, ainda não deu para conhecer tudo...
PARA SE PLANEJAR:
1. Templo Mayor
Abre das terças aos domingos, das 9 às 17
h
Entrada: $65 MX pesos
Como chegar: estação de metrô mais próxima - Zocalo (linha 2)
Site oficial: http://www.templomayor.inah.gob.mx/
2. Monumento a La Revolución
Abre de segundas às quintas das 12 às 20h, sextas e sábados das 12 às 22h e aos domingos das 10 às 20h
Entrada: $50 MX pesos
Como chegar: estação de metrô mais próxima - Revolución (linha 2)
Site oficial: http://www.mrm.mx/
OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.
2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio
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