Segundo dia em Paris: Hôtel de Ville, Place de Vosges e Maison de Victor Hugo

Após percorrer a Ile de la Cité e, antes de seguir para Montmartre, resolvemos visitar dois prédios não tão populares entre os turistas e que se situam a uma curta caminhada a partir da Notre-Dame: o Hôtel de Ville e a Maison de Victor Hugo. O primeiro pela beleza do prédio e o segundo pelo peso histórico (afinal, Victor Hugo foi um dos maiores escritores do mundo). E ainda passearíamos um pouco pelo bairro de Marais.

Hôtel de Ville visto a partir de uma das pontes do Sena

Da Notre-Dame para o Hôtel de Ville, que nada mais é do que a Prefeitura de Paris, basta atravessar a Pont d´Arcole. No entanto, como especifiquei no post anterior, enquanto admirávamos a catedral, acabamos saindo numa ponte que levava direto para uma outra ilha do Sena: a ilha de Saint-Louis. Não chegamos a percorrê-la e logo pegamos a ponte que nos deixou na margem norte do rio para, assim, seguirmos pela orla até o prédio da prefeitura. Vale ressaltar, claro, que errar o caminho em Paris é mais um presente do que um imprevisto.

Vendo as costas da Notre-Dame enquanto caminhávamos em direção da Ilha de Saint-Louis

Já que não pode mais colocar cadeados na Pont de Arts, os apaixonados vão colocando por qualquer lugar que encontram às margens do Sena, inclusive na Ilha de Saint-Louis

Já na margem norte do Sena, caminhando em direção ao Hôtel de Ville e apreciando as torres da Notre-Dame

O Hôtel de Ville, de arquitetura renascentista, tem como função servir de sede para os governantes desde o século XIV e, portanto, passou por importantes marcos históricos da França, como a Revolução Francesa. Infelizmente, a praça em que se localiza a prefeitura estava toda cercada, enquanto homens trabalhavam na construção de uma estrutura temporária para servir (acredito eu) como ponto de apoio para a Eurocopa que teria Paris como sede ainda naquele mês. E este contra-tempo atrapalhou um pouco nossa experiência na apreciação do lugar.

Hotêl de Ville (Prefeitura de Paris)

As bandeiras da Coréia do Sul faziam referência à visita de autoridades coreanas à cidade

Hôtel de Ville

Praça do Hôtel de Ville

Seguimos, então, em direção à casa onde viveu um dos mais famosos escritores franceses: Victor Hugo. Para isso, seguimos pela Rue de Rivoli (que muda depois para Rue de Saint-Antoine), charmosa rua que corta o famoso bairro de Marais. Gostaríamos de ter passado mais tempo explorando este bairro e, certamente, faremos isto em uma próxima viagem. Entre as delícias do caminho, uma loja só de macarons, das mais variadas cores e dos mais diversos sabores. Como a fome já estava batendo e como queríamos provar da famosa iguaria parisiense, não pensamos duas vezes. Confesso que não sabia que existiam lojas especializadas apenas na venda de macarons.

Caminho percorrido entre o Hôtel de Ville e a Maison de Victor Hugo

Iniciando a caminhada por Marais

Escolhendo macarons

Acabamos passando mais tempo explorando o bairro do que imaginamos

Um dos locais turísticos mais populares de Marais fica exatamente em frente a Maison de Victor Hugo: a Place de Vosges. Mesmo que você não pretenda entrar na casa, vale à pena seguir até o local para apreciar a bela praça, uma das mais bonitas que vi em Paris. Ela foi toda planejada, tendo o formato de um quadrado e sendo toda simétrica, com muito verde e algumas fontes a adornando. A data da sua construção: 1612. Foi construída para celebrar um casamento real. Apenas!

Caminho para acessar a Place de Vosges

Place de Vosges

E bem em frente a Place de Vosges, está a casa onde viveu Victor Hugo. Ótimo local para se morar. Fico imaginando ele percorrendo a Place de Vosges enquanto construía a trama dos seus livros. Será que ele concebeu Fantine (personagem de Os Miseráveis) enquanto relaxava sentado em um banco daquela praça?

A casa em si se resume mais a um passeio pela vida do escritor, com direito a árvore genealógica na parede, aposentos com mobília original, fotografias e até mesmo uma pena com a qual ele deve ter escrito algumas das suas histórias e algumas cartas. Quem sabe até algumas cartas para Dom Pedro II. Sim! Ele mesmo, o Imperador do Brasil. Afinal, Dom Pedro II era extremamente culto e idolatrava figuras como Victor Hugo, tendo ido bater a sua porta durante uma visita a Paris em 1877 (após o escritos, republicano de carteirinha, ter recusado um convite para encontrá-lo no hotel). Os dois se tornaram amigos e passaram a se corresponder desde então. Mas esta visita a qual me referi não ocorreu na casa em questão, uma vez que Victor Hugo apenas a habitou de 1832 a 1848.

Maison de Victor Hugo

Genealogia da família de Victor Hugo

Vista da Place de Vosges a partir da Maison de Victor Hugo

Parece que Victor Hugo gostava de uma decoração oriental

Quarto de Victor Hugo

Será uma pena original do escritor??

Eu imaginei que veria referência a suas obras literárias na casa, mas, infelizmente, não foi o caso, exceto pela venda de seus livros no andar térreo. Se optar por conhecer a Maison de Victor Hugo, indico, no mapa abaixo, a sua localização, para não ficarem, como nós, rodeando a praça em busca do museu. Não havia fila na entrada e, portanto, não tivemos a ajuda da massa de turistas que costumam seguir para determinadas atrações da cidade.

Localização da Maison de Victor Hugo. Considera que o Sena está ao sul do museu.

PARA SE PLANEJAR:

1. Maison de Victor Hugo

Horário de funcionamento: abre de terça a domingo das 10 às 18h (última admissão às 17:40h).

Entrada: 8 euros - embora o site oficial indique a tariga como gratuita, havia a cobrança deste valor na entrada (áudio-guia custa 5 euros)

Como chegar: de metrô (linha 1 até a Estação Saint-Paul) 

Site oficial: http://www.maisonsvictorhugo.paris.fr/en

OBS:

1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio