Quanto mais escrevo sobre o nosso segundo dia em Paris, mais percebo o quanto aproveitamos este dia. Começamos pelo Louvre e terminamos em um dos bairros mais charmosos da capital francesa: a boêmia Montmartre.
Localizado em uma colina no meio de Paris, o bairro começou a ganhar sua fama de centro da boemia parisiense ainda no século XIX, quando inúmeros intelectuais franceses começaram a frequentar o lugar. Não à toa, passaram por lá diversos pintores, como Monet, Cézanne e Van Gogh. E, até hoje, a arte faz parte do bairro, com pintores em suas praças e músicos de rua em suas esquinas.
Caminhando por Montmartre |
O bairro também é famoso pelos inúmeros sex shops que se concentram em suas ruas e por abrigar um dos cabarés mais famosos do mundo: o Moulin Rouge. Curiosamente, Montmartre também já foi um lugar de peregrinação religiosa durante a Idade Média e, atualmente, se localiza no topo da sua colina a Basílica Sacré-Coeur (Sagrado Coração), um dos cartões-postais de Paris.
A Basílica de Sacré-Coeur |
Junte a tudo isso os inúmeros cafés e restaurantes de Montmartre, e você perceberá o quanto de vida, charme e agitação exala o bairro parisiense.
Montmartre |
Chegamos ao bairro por volta das 17:30h e, considerando a demora para o sol se por em junho, tivemos tempo de sobra para explorar a região antes do anoitecer. Descemos do metrô na estação Abbesses, aos pés da colina. O roteiro traçado pelo bairro foi o seguinte:
1. Conhecer a Place des Abbesses, onde se encontra o Mur des Je t´Aime (Muro dos Eu Te Amo).
2. Subir até a Sacré-Coeur, passando pela Place du Tertre (lembre que o bairro fica numa colina e, portanto, há muitas ladeiras).
3. Descer da Sacré-Coeur, passando pela Rue Lepic (onde está o café que serviu de locação para o filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)
4. Terminar no Moulin Rouge
O Mur des Je t´Aime e a Place du Tertre
Localizado na Place des Abbesses, o Muro dos Eu te Amo chama a atenção (especialmente dos casais apaixonados) por ter escrito em sua fachada "eu te amo" em diversos idiomas do mundo. São cerca de 250 idiomas representados, incluindo uma das linguagens de sinais. A brincadeira é tentar achar a frase no seu idioma, mas se quiser uma ajudinha para encontrar o "Te Amo" procure na primeira linha do muro, próximo do canto superior esquerdo.
Place des Abbesses e o Mur des Je t´Aime |
O Mur des Je t´Aime |
Olha o "Te amo" lá no alto |
Após esta nossa primeira parada no bairro, seguimos subindo a colina em direção à basílica. A ideia original era seguir até o funicular, mas acabamos preferindo subir a pé pelas charmosas ruas do bairro, descobrindo as belas casas que compõem o lugar, até chegar na Place du Tertre.
Começando a peregrinação por Montmartre |
A Place du Tertre é um dos maiores símbolos da arte que o bairro respirava no início do século XX. Afinal, era ali que diversos artistas pintavam suas obras a céu aberto (incluindo Picasso). Hoje, podemos encontrar inúmeros pintores por lá, mas, ao que nos pareceu, são mais artistas de rua para turistas ver. A maioria oferecendo caricaturas dos transeuntes, feitas na hora. Quadros são também colocados à venda ao longo da praça, enquanto alguns restaurantes estão dispostas ao redor da área, todos prontos para receber os euros dos turistas.
A Place du Tertre |
Place du Tertre |
Place du Tertre |
Restaurantes em torno da Place du Tertre |
O Domo da Sacré-Coeur visto da Place du Tertre |
A Place du Tertre localiza-se já bem próxima à Sacré-Coeur (como pode ser visto na foto acima) e foi para lá que seguimos.
A Basílica de Sacré-Coeur
Toda em mármore branco, a Basílica de Sacré-Coeur encanta por sua beleza arquitetônica e imponência, o que só é reforçado pela sua localização privilegiada no ponto mais alto de Paris. Obviamente, devido a esta posição estratégica, os seus visitantes acabam se acomodando nas escadarias que levam até a basílica para apreciarem a vista da capital francesa do alto. É comum também ver fotógrafos profissionais em busca do melhor ângulo para fotografar Paris lá do alto. Pena que no dia em que a visitamos o céu estava nublado, atrapalhando tanto a vista da cidade quanto as fotografias da basílica branca fazendo contraste com o azul celeste (felizmente, quando a visitei em 2011, o céu encontrava-se inteiramente limpo).
A Sacré-Coeur de Paris |
Vista a partir da Sacré-Coeur |
Em frente à basílica há também um trenzinho cuja função é levar os visitantes por um passeio pelo bairro. Para aqueles que querem poupar as pernas, é uma boa opção para ver Montmartre sem gastar muita energia. Fiz este passeio em 2011 e vale à pena, especialmente pelo preço em conta: 6 euros (4 para crianças). No entanto, confesso que percorrer o bairro a pé é mais charmoso.
Se não quiser enfrentar ladeiras e escadas até a basílica, há a opção de pegar um funicular que parte da base do monte e que custa o mesmo valor de um ticket unitário de metrô. O trajeto dura apenas um minuto e meio e o funicular funciona das 6 horas da manhã até quinze para uma da madrugada. A estação de metrô mais próxima é a Anvers, acessada pela linha 2. No mapa abaixo, mostramos a localização exata do funicular.
Localização do Funicular de Montmartre |
A boa notícia é que, assim como a Notre-Dame, a entrada é gratuita. No entanto, se você quiser visitar o Domo da basílica, terá que pagar (não consegui descobrir o valor exato nem mesmo no website oficial da Sacré-Coeur), além de subir cerca de 300 degraus (o acesso é por fora da basílica). Mais informações no final do post.
O Moulin Rouge
Saímos da Sacré-Coeur em direção às ladeiras do bairro, com o objetivo, agora, de acessar a Rue Lepic, onde se encontra o café onde a personagem Amélie Poulain trabalhava (falaremos mais sobre o lugar em outro post). Aproveitamos, claro, para fazer uma parada para tomar um café e, então, continuamos em direção ao Moulin Rouge.
Hora de descer as ladeiras de Montmartre |
Chegando ao Café des 2 Moulins, onde "trabalhava" Amélie Poulain |
O Moulin Rouge |
A intenção era apenas de ver o famoso cabaré com o seu moinho apenas por fora. Vale ressaltar que, embora o nome faça parecer o contrário, cabarés em Paris não são locais de prostituição, mas, sim, casas de espetáculo, com shows de dança e músicas, sendo o Moulin Rouge um dos mais tradicionais (afinal, foi inaugurado ainda no final do século XIX).
É importante ter em mente que um show no Moulin Rouge, com direito a jantar, pode sair a partir de 220 euros. Portanto, não é algo para qualquer bolso. E nós, definitivamente, não gastaríamos este valor. Não achamos que valeria à pena. Mais informações no website oficial do lugar.
Alguma dúvida de que Montmartre é um bairro que deve fazer parte do seu roteiro por Paris? Espero que não. Ótimo lugar para comer num agradável restaurante, tomar um café, apreciar a noite parisiense ou apenas caminhar por suas charmosas ruas e ladeiras.
PARA SE PLANEJAR:
1. Sacré-Coeur
Horário de funcionamento: diariamente das 6 às 22:30h.
Entrada: gratuita
Como chegar: de metrô (linha 2 até a estação Anvers ou 12 até a estação Abbesses, seguindo a pé ou através do funicular).
Site oficial: http://www.sacre-coeur-montmartre.com/english/
OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.
2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio
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