Após ter dado as
principais dicas sobre Lyon no post anterior, podemos agora relatar exatamente como foi a nossa experiência na cidade. Na verdade, devo dizer que Lyon me deu um aguardado presente no dia em que lá cheguei: um lindo dia de céu azul. Afinal, desde nossa chegada à França, o céu persistia nublado, incluindo Paris naquela manhã do meu aniversário. No entanto, à medida que o trem se afastava da capital francesa, o azul celeste ia emoldurando o meu dia.
E, assim, já desembarquei na Gare Part-Dieu de Lyon com um enorme sorriso nos lábios. O dia ainda estava longe de terminar e eu queria aproveitar ao máximo a cidade. Uma bela maneira de se comemorar o aniversário.
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Lyon nos presenteando com um lindo dia de céu. Daqui para frente, não houve mais dias nublados na nossa viagem! |
Então, só nos restava deixar as malas no hotel próximo da estação de trem e pegar o metrô rumo à primeira atração da cidade: o Musée Lumière (que conta a história dos irmãos que inventaram o cinema). Na verdade, com muita tristeza, eu havia retirado o referido museu do roteiro, uma vez que era uma segunda-feira e havia visto que a atração fica fechada neste dia da semana. Como eu amo cinema, estava super frustrado por não visitar o local onde a sétima arte nasceu. Pois imaginem a minha alegria quando a recepcionista do hotel nos informou que o museu estava, sim, aberto naquele dia. Não pensamos duas vezes e corremos para lá.
Infelizmente, a informação da recepcionista estava errada. Mas acabou valendo à pena de qualquer forma. O jardim da mansão onde funciona o museu fica aberto e acabei adorando a oportunidade de estar ali, no exato local onde o cinema foi criado pelos Irmãos Lumière. No jardim e nos muros do lugar, há inúmeras referências a vários cineastas e filmes da história da sétima arte. E o nome da rua onde se localiza a mansão dos irmãos não poderia ser mais sugestivo: Rue de Premier-film. E com o nome escrito numa placa em forma de claquete de cinema. Amei o detalhe.
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A Mansão dos Irmãos Lumière, onde funciona o Musêe Lumière |
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Rua lateral para se ter acesso ao jardim do museu |
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Jardim do Musée Lumière |
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Por trás do museu, o Instituto Lumière, onde funciona um cinema |
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O Mur des Cinéastes lista os cineastas que já foram agraciados Pelo Prêmio Lumière |
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Olha só o nome de algum dos ganhadores! |
Com a certeza de que um dia teremos que voltar a Lyon nem que seja para entrar no museu, seguimos, então, com o roteiro planejado, pegando metrô até a Place Bellacour, uma das principais praças da cidade. Infelizmente, ao chegar lá, tivemos outra frustração. Assim como no Campo de Marte, em Paris, a praça havia sido escolhida para servir de concentração para os espectadores da Eurocopa de 2016 e toda uma estrutura para tal estava sendo montada, isolando parte da praça.
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Place Bellacour |
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Place Dellacour |
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Estátua Equestre de Luís XIV envolta pela estrutura montada para a Eurocopa 2016 |
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Colina Fourvière e Basílica de Fourvière vistas a partir da Place Bellacour |
Pelo menos a estátua de Saint-Exupéry, por se localizar em um canteiro paralelo à praça principal, estava acessível. Só demoramos bastante tempo para encontrá-la, já que um ônibus de turismo estacionado bloqueava a nossa visão (mostramos a localização exata da estátua no
post anterior). Para quem não sabe, o famoso escritor de O Pequeno Príncipe nasceu em Lyon e sua criação, claro, acaba sendo, até hoje, um dos principais símbolos da cidade. E foi aí que começou a nossa caça a um boneco do Pequeno Príncipe para levar de souvenir.
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A estátua de Sain-Exupéry e seu mais famoso personagem, o Pequeno Príncipe |
Na verdade, há varias referências ao personagem nas lojas de souvenirs e não foi difícil encontrar o que queríamos nas ruas da Vieux Lyon. E, por falar nesta, foi para lá que seguimos a partir da Place Bellacour. Fomos a pé, atravessando a ponte sobre o Rio Saône e já tendo, à nossa frente, a Colina Fourfièvere por trás do antigo bairro histórico da cidade.
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Atravessando uma das pontes sobre o Rio Saône em direção a Vieux Lyon |
A exploração de Vieux Lyon (que poderia ser traduzido como "Velha Lyon") não precisa de um roteiro pré-estabelecido. O gostoso mesmo é sair caminhando por suas ruelas, enquanto se admira a típica arquitetura galo-romana das construções históricas. Impossível não recordar uma cidade italiana neste pedacinho da França. Afinal, a cidade surgiu como colônia do Império Romano.
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Vieux Lyon |
Durante nossa caminhada pelas ruas históricas, nos deparamos com mais uma referência ao cinema: o Museu de Miniaturas e Cinema, que conta com a exposição de miniaturas de cenários de diversos filmes, além de objetos de cena. Mais uma frustração, no entanto: a venda de bilhetes havia acabado de encerrar. Uma pena. Mas fica a dica para quem curte cinema. Para mais informações, visite o site do
Musèe Miniature e Cinéma. Nas fotos abaixo, uma pequena amostra do que há no museu exposta na entrada do local:
Para curar a frustração, nada melhor do que entrar numa sorveteria. E demos logo de cara com uma das mais famosas da França: Amorino. Como não tivemos a oportunidade de provar o famoso sorvete em Paris (até porque o clima não estava favorecendo muito), não pensamos duas vezes. E recomendamos. O sorvete é, realmente, uma delícia.
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Sorvete da Amorino pelas ruas de Lyon |
Continuamos o passeio, passando pela Tour Rose, uma das principais atrações do bairro (mas que, confesso, não vimos muita graça). Deixamos os inúmeros turistas que se amontoavam em torno de um guia em frente à torre, e seguimos para a Catedral de Saint-Jean-Baptiste. O maior destaque da igreja, na nossa opinião, é o antigo relógio astronômico que fica localizado em seu interior.
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Catedral de Saint-Jean-Baptiste |
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Antigo relógio astronômico no interior da catedral |
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Praça onde se encontra a catedral |
Para completar nosso passeio por Vieux Lyon, ainda perdi meu tempo procurando pelas
Traboules, as passagens secretas existentes pelo bairro. Falo que perdi meu tempo porque acabei não encontrando nenhuma. E foi um pouco tenso o medo de confundir com a entrada de alguma residência e acabar entrando em propriedade alheia. Também não tivemos sorte em ver muitas das pinturas realizadas nas falsas janelas dos prédios.
Como assim pinturas em falsas janelas? Explico: por algum motivo (se alguém souber, explica aí nos comentários), muitos dos espaços onde ficavam janelas dos prédios da Vieux Lyon foram completamente fechados, dando um aspecto bem feioso às construções. Mas como a arte parece ser algo inerente ao francês, os habitantes de Lyon acabaram tendo uma ideia bem original: pintar essas "janelas bloqueadas", a maioria com cenas de pessoas debruçadas sobre as janelas. Infelizmente, acabei não tendo a sorte de encontrar muitas dessas pinturas.
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Assim são as janelas bloqueadas |
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Assim são as janelas pintadas |
E, assim, após não conseguir conhecer o Musèe Lumiére, dar de cara com a Place Bellacouer bloqueada, não conseguir mais ingresso para o Museu da Miniatura e Cinema e não encontrar as Traboules, eu continuava mais feliz do que frustrado. Era meu aniversário, ora essa! Eu estava Lyon, a cidade era linda, o sorvete estava uma delícia, havíamos pisado na rua onde o cinema foi criado e o Pequeno Príncipe que compramos já nos fazia companhia.
Era hora de caminhar até a estação de metrô Vieux Lyon para pegar o funicular até o topo da Colina Fourvière.
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Subindo a Colina Fourvière através do funicular que parte da estação de metrô Vieux Lyon |
E, lá, no topo, bem ao lado da Basílica de Fourvière, encontramos o ápice desse nosso passeio por Lyon: uma vista espetacular da cidade. Considero a ida ao topo da colina, um dos passeios mais imperdíveis de Lyon. Até o Pequeno Príncipe posou para a foto.
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Lyon vista do alto, ao lado da Basílica de Fourvière |
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O Pequeno Príncipe fazendo questão de aparecer na foto |
Como adoramos andar pelas cidades e não temos pena dos nossos pés, optamos por descer as ladeiras da colina caminhando no lugar de pegar o funicular de volta. No caminho, passamos pelas ruínas galo-romanas, também fechado às segundas (segunda-feira é sempre um dia ruim para se visitar museus) e, como para baixo todo santo ajuda, não tivemos dificuldade em terminar as ladeiras de volta a Vieux Lyon.
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Ruínas galo-romanas vistas do portão. Aqui, há um antigo teatro romano que gostaríamos muito de ter conhecido |
Era hora de retornar ao hotel e tomar um bom banho antes do meu jantar de aniversário. Obviamente, resolvemos escolher um restaurante em Vieux Lyon. Encontramos uma pequena rua, repleta de restaurantes, com mesas a céu aberto. Escolhemos um dos restaurantes, o Le Gourmand de Saint Jean, com um menu daqueles em que você já escolhe a entrada, o prato principal e a sobremesa por um preço excelente. Confesso que achei tão barato que tive medo da comida não ser boa. Mas estava divina. Um salmão com batatas perfeito. E até a rúcula da salada (que detesto) estava ótima. Lyon ganhou o nosso estômago.
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Obrigado, Lyon! Pelo céu azul, pela comida, pela beleza da cidade e pela companhia do Pequeno Príncipe! |
Aniversário perfeito!!
Tudo bem que, na volta, acabamos encontrando o metrô já fechado e tivemos que fazer todo o trajeto até o hotel à pé. Mas a noite estava perfeita e, por mais que nossos pés reclamassem, nossas almas estavam felizes.
E foi assim que nos apaixonamos por Lyon! Queremos retornar...
Para mais informações práticas e detalhadas sobre cada atração citada, leia o post em que damos as
dicas sobre Lyon.
OBS:
1. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio
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