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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Segundo dia em Barcelona: visitando o Parc Guell

Além da Sagrada Família, outra obra bastante visitada de Gaudí, na cidade de Barcelona, é o Parc Guell. E a sua visita seria o foco da segunda parte do nosso passeio naquele dia. O parque urbano fica no Monte Carmelo e foi encomendado a Gaudi por Eusebi Guell, um rico conde, que tinha o objetivo de urbanizar aquela área do monte, criando uma área com residências de luxo para os milionários de Barcelona.

As vendas, no entanto, foram um fracasso (talvez a elite catalã não visse com bons olhos a excentricidade de Gaudí e suas formas com referências à natureza), e, assim, o parque acabou se tornando propriedade da prefeitura, transformando-se em monumento histórico da cidade e Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Sorte a nossa, turistas, que ganhamos uma extraordinária atração para visitar em Barcelona.

Parc Guell

Mas, antes de seguirmos para o Parc Guell, resolvemos, após conhecer a Sagrada Família, passar em frente a duas outras obras de Gaudí: a Casa Milà (mais conhecida como La Pedrera) e a Casa Batlló. Minha vontade mesmo era entrar em ambas (especialmente na segunda) e não apenas apreciá-las por fora, mas, a esta altura, o dinheiro já começava a limitar as nossas vontades (e ainda faltava Madrid), de modo que não nos animamos para gastar 16,50 euros na primeira e 22,50 euros na segunda (aliás, achei os valores caríssimos).

Casa Milá, também conhecida como La Pedrera (dá para entender o apelido, não é mesmo?)


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Casa Batlló


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As duas casas ficam próximas uma da outra (a uma distância de três quarteirões), em uma importante avenida da cidade: a Passeig de Gracia. Para chegar até lá, pegamos a linha 5 do metrô da estação Sagrada Família e descemos na estação Diagonal. Após apreciarmos e fotografarmos as duas casas, seguimos em direção ao Parc Guell, pegando, na estação Passeig de Gracia, a linha 3 do metrô.

Localização das Casas Milá e Batlló. Vejam que a estação de metrô mais próxima da primeira é a Diagonal (linhas 3 e 5) e da segunda é a Passeig de Gracia (linas 2, 3 e 4)

Para mais informações, como o horário de funcionamento, visite o site oficial das Casas Milá e Batlló.


Como chegar ao Parc Guell


Como já falei antes, o Parc Guell fica localizado em um monte. Além disso, das principais atrações de Barcelona, esta é a que se localiza mais distante do centro. Portanto, acaba sendo a que apresenta um pouco mais de dificuldade para se acessar. Mas calma!! Não é nada demais e é perfeitamente possível ir por conta própria.

Uma das opções mais utilizadas pelos turistas é a associação metrô e caminhada (já que a estação encontra-se a uma certa distância da entrada do parque). Para isso, você terá que pegar a linha 3 do metrô e descer na estação Lesseps. A partir daqui, você deve seguir caminhando, de preferência com um mapa, até a bilheteria do Parc Guell. 

Em resumo: você sairá da estação na Plaça Lesseps e, então, a atravessará em direção à avenida Travessera de Dalt; na esquina desta com a Passatge de Sant Josep de la Muntanya, você entrará nesta rua, subindo a sua ladeira e seguindo sempre em frente. A vantagem desta rua é que ela apresenta escadas rolantes para auxiliar a subida. Ao final do trajeto, você dará de cara com a bilheteria do Parc Guell (veja o mapa abaixo).

De qualquer modo, vale ressaltar que, mesmo com as escadas rolantes, a subida é cansativa, uma vez que há vários trechos em que você terá que subir a ladeira com as suas pernas mesmo.

Mapa mostrando o trajeto a pé após a saída da estação Lesseps, seguindo pela Travessera de Dalt e entrando à esquerda na rua que possui as escadas rolantes. Ao final, você chegará na esquina com a Carrer d´Olot. Aqui, você não precisa dobrar nesta rua, pois há um portão que já dá acesso ao parque, te deixando de cara com a bilheteria.

Esse trajeto à pé a partir da estação Lesseps te deixa, na verdade, numa entrada secundária do parque. A entrada principal mesmo fica exatamente na Carrer d´Olot, mostrada no mapa acima. Basta andar mais um pouco por ela. Preferimos mesmo entrar pela entrada secundária, deixando o parque pela entrada principal. E, então, descemos a ladeira pela Carrer de Larrard (mostrada no mapa acima) até a Travessera de Dalt, fazendo o caminho inverso de volta à estação Lesseps. Ao todo, são cerca de 20 minutos de caminhada em cada sentido.

A bendita escada rolante aliviando o nosso cansaço rumo ao Parc Guell

Mas, a esta altura, você já deve estar se perguntando se não há outra forma de acessar o Parc Guell utilizando o transporte público. Há sim: os ônibus. Algumas linhas te deixarão mais próximo da entrada do parque do que o metrô, entre as quais: as linhas 24, 92 e 116 (veja no mapa abaixo). Perguntando na recepção do seu hotel, alguém deve te informar onde fica a parada da linha mais próxima.

O mapa mostra as paradas das linhas 24 e 92 de ônibus (circuladas no canto superior direito) e da linha 116 (circulada na parte inferior do mapa).

E há sempre a opção de se pegar um táxi caso você esteja achando as opções anteriores muito complicadas.

Imagem retirada do site oficial do Parc Guell, com foco na área monumental do parque. Circulado está o local por onde chegamos (indo pela Passatge de Sant Josep de la Muntanya, rua que possui as escadas rolantes) e onde se encontra uma das bilheterias do local. A seta vermelha indica a entrada principal, localizada na Carrer d´Olot.


Comprando o ingresso para o Parc Guell

Assim como acontece com a Sagrada Família, também é possível comprar o ingresso para o Parc Guell com antecedência pelo site oficial da atração, informando, já no momento da compra, a hora escolhida para a visita (sendo permitido um atraso de até 30 minutos em relação ao horário determinado). O ingresso custa 7 euros se comprado online e 8 euros se comprado no local.

Como nós não tínhamos ideia de quanto tempo gastaríamos conhecendo a Sagrada Família e havíamos deixado para decidir no dia se entraríamos ou não nas Casas Milá e Batlló, acabamos deixando para comprar os ingressos na hora, exatamente para não engessar o nosso horário. O que não sabíamos, no entanto (e eu não havia visto esta informação em nenhum local antes da viagem), é que a compra diretamente na bilheteria também está sujeita a agendamento, ou seja, se você não chegar na atração ainda cedo da manhã, dificilmente encontrará ingresso para entrar imediatamente no momento da sua chegada. E, caso chegue muito tarde, corre o risco de não encontrar mais horários disponíveis para aquele dia.

Resultado: chegamos ao Parc Guell em torno das 11h da manhã, mas o horário mais cedo para o qual havia ingresso disponível era às 14 horas. Teríamos, então, que encontrar o que fazer nestas 3 horas de intervalo. Na verdade, isto nem seria problema, considerando que há muito para se fazer na cidade. A questão é que o parque fica distante das demais atrações e já estávamos cansados da subida. As opções: ou ficaríamos 3 horas esperando ali mesmo (aproveitando para almoçar neste intervalo) ou retornaríamos todo o trajeto, sabendo que teríamos que subir tudo de novo.

Talvez você esteja pensando: "claro que eles não voltaram!". Mas, sim, nós voltamos. A ideia de perder tempo em uma cidade a qual não sei quando retornaremos, nos angustia. O que fizemos? Após conhecer uma parte do Parc Guell gratuita ao público, o Calvário (mais sobre isto abaixo), nós retornamos à estação de metrô com o objetivo de seguir para alguma praia de Barcelona. 

Escolhemos a praia de Bogatell. A minha conclusão foi: se você não é viciado em praia, não vale à pena ir às praias de Barcelona. Nós, brasileiros, estamos acostumados com praias bem mais bonitas, mesmo dentro das grandes cidades. Então, você não perderá muita coisa. 

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Aproveitamos para caminhar um pouco pela orla, com o sol nos castigando àquela hora. Depois almoçamos e retornamos para o Parc Guell, caminhando tudo de novo. Confesso que não foi a melhor das ideias. E, se fosse possível retornar no tempo, teríamos escolhido um restaurante nos arredores e passado parte do nosso tempo por lá, enquanto aguardávamos o horário para entrar no parque. Teria sido menos cansativo.

O que há para conhecer no interior do Parc Guell?

A área monumental do parque, que é aquela a qual apenas se tem acesso comprando o ticket, não é muito grande e não é necessário muito tempo para conhecê-lo. Já a área de acesso livre e gratuito é maior, mas sem muita coisa para se conhecer, exceto pelo Calvário, localizado em um dos pontos mais altos do Monte Carmelo e do qual se tem uma ótima vista de Barcelona com o Mediterrâneo ao fundo.

O Calvário é um dos lugares do parque que você pode visitar enquanto aguarda o horário da sua entrada na área monumental. Concebido inicialmente por Gaudí, como o local onde ficaria a capela do Parc Guell, a ideia foi modificada pelo arquiteto após o fracasso comercial do projeto. No lugar, ele construiu um monumento com 3 cruzes no seu topo, duas delas com seus braços alinhados aos pontos cardeais.

O Calvário


A cruz principal do Calvário


Barcelona vista do Calvário do Parc Guell


Parte da área monumental do Parc Guell vista do caminho até o Calvário

A área circulada na imagem (retirada do site oficial do Parc Guell) mostra a localização do Calvário. Placas indicativas mostram o caminho.

Já a área monumental do parque é a mais simbólica do estilo único de Gaudí. Basicamente, podemos enumerar as seguintes atrações:

1. O Pórtico da Lavadeira: um caminho com colunas inclinadas e teto curvo, cujo aspecto rústico faz a obra parecer mais parte da própria natureza do que ideia de um arquiteto.

O Pórtico da Lavadeira


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2. A Praça da Natureza: uma área elevada que não seria nada demais se não fosse pelos ladrilhos coloridos característicos de Gaudí que adornam suas muretas curvas e onduladas. Além disso, lá de cima se tem uma ótima vista da entrada principal do parque (com as duas famosas casas criadas pelo artista para o lugar) e da própria cidade de Barcelona e do mar Mediterrâneo. Agora, se for um dia de sol, proteja a sua pele: não há uma única sombra no local.

A Praça da Natureza


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3. A Sala Hipostila: com suas belas colunas (mais de 80), fica exatamente abaixo da Praça da Natureza. Foi criada para servir de mercado na ideia original do projeto.

Colunas da Sala Hipostila, abaixo da Praça da Natureza


Sala Hipostila


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4. A Escadaria Monumental: saindo da Sala Hipostila, está a mais famosa escadaria de Barcelona, com destaque para a estátua de um lagarto revestido de cerâmicas coloridas (El Draco) que representa, hoje, um dos principais símbolos de Barcelona. O lagarto é extremamente disputado entre os turistas para uma foto.

El Draco no meio da escadaria que dá acesso à Sala Hipostila


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5. As duas casas da entrada principal: localizadas exatamente em frente à escadaria (entre elas, está a entrada principal do parque). Ambas lembram bastante o que seria a casa de doces do conto de João e Maria (pelo menos é o que vem na minha mente sempre que as vejo). A maior delas seria a Casa da Guarda, onde o porteiro do lugar deveria viver com a sua família. O seu interior é aberto ao público, mas é preciso enfrentar uma fila, pois a quantidade de pessoas que entra na casa, a cada momento, é limitada. A casa menor abriga uma loja (tinha que ter, né?).

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A Casa da Guarda. Perceba que há uma fila para poder entrar


O destaque da casa menor é a sua torre ladrilhada em azul e branco com uma cruz no topo

No interior da Casa da Guarda, tirando uma foto da janela

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Os locais enumerados acima podem ser percorridos em qualquer direção, dependendo da entrada que você utilize para acessar a área monumental do parque. Nós seguimos exatamente a ordem acima, começando pelo Pórtico das Lavadeiras, já que havíamos acessado o parque por uma entrada secundária.

No parque, há também uma área para lanches e banheiros disponíveis.

Qual o horário de funcionamento do Parc Guell?

O horário varia bastante de acordo com a época do ano:

1. De 1 de janeiro ao último dia de fevereiro: das 8:30 às 18:30h
2. De 1 a 25 de março: das 8:30 às 19h
3. De 26 de março a 30 de abril: das 8 às 20:30h
4. De 1 de maio a 27 de agosto: das 8 às 21:30h
5. De 28 de agosto a 28 de outubro: das 8 às 20:30h
6. De 29 de outubro a 31 de dezembro: das 8:30 às 18:30h

Independente da data, o parque não permite mais entradas a partir de uma hora antes do seu fechamento. E uma dica: se estiver visitando Barcelona no verão, marque sua visita para o final do dia quando o sol estiver mais baixo. Não há muita sombra por lá.

E não deixe de visitar o Parc Guell, umas das melhores atrações de Barcelona. Na nossa opinião, só perde para a Sagrada Família. Aliás, se você tiver apenas um dia por lá, recomendo que estas duas atrações sejam a sua prioridade.

Para mais informações, visite o site oficial do Parc Guell.


OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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