O centro de Cape Town possui algumas atrações que merecem ser visitas por aqueles que querem conhecer um pouco mais da história da cidade e do país, incluindo museus e uma fortaleza, além de praças públicas e mercados locais. E foi este o passeio que escolhemos para a manhã do nosso terceiro dia na Cidade do Cabo.
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Passeando pelo centro de Cape Town |
Estávamos hospedados no próprio centro, próximo a estas estações e, portanto, não precisamos do carro desta vez. Apenas saímos caminhando a partir do nosso hotel em direção às principais atrações, seguindo a seguinte ordem:
1. Castle of Good Hope
2. District Six Museum
3. Company´s Garden
4. Greenmarket Square
5. Long Street
Havíamos ainda incluído, por último, o bairro malaio Bo-Kaap para conhecer suas famosas casas coloridas uma ao lado da outra. Mas, infelizmente, não conseguimos tempo suficiente (já que tínhamos que pegar o barco para a Robben Island com hora marcada - odeio horários marcados para chegar nas atrações) e tivemos que cortar do roteiro.
Castle of Good Hope
Este edifício nada mais é do que uma fortaleza ou um forte de cinco pontas, muito parecido com os que temos no Brasil, de modo que sua arquitetura em si não é nenhuma novidade para os turistas brasileiros.
Construído em 1666 pelos holandeses, o local representa a mais antiga construção ainda de pé na África do Sul e, portanto, tem grande valor histórico para o país, tendo sido palco de importantes eventos políticos e militares ao longo dos séculos. Mas espera aí! Como assim "construído pelos holandeses"? Não foram os ingleses a colonizarem a região?
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Castle of Good Hope |
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E, claro, a Table Mountain ao fundo |
Na verdade, eram os holandeses que dominavam a colônia antes dos ingleses a conquistarem no século XIX. E não vamos esquecer que foram os portugueses os primeiros europeus a descobriram a região, mais especificamente Bartolomeu Dias (lembram dele das aulas de história?) em 1488.
E o Castelo da Boa Esperança assistiu a maior parte da história de Cape Town (e da própria África do Sul) sendo escrita. Tanto que, hoje, funciona um museu no seu interior. Além disso, mantém-se a tradição da "cerimônia do canhão", um momento em que é ensinado aos visitantes como se utilizava um canhão nos tempos antigos, utilizando-se uma arma original.
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Entrada do Castle of Good Hope |
A "cerimônia do canhão" ocorre em horários específicos do dia, no pátio de entrada da fortaleza. Em dias muito quentes (como o que fomos) não é muito agradável ficar debaixo do sol ouvindo as explicações. Confesso também que não achei algo muito interessante. Mas, para quem tiver curiosidade, é bom saber que, ao final, um dos telespectadores pode se voluntariar para disparar a bola de canhão. Mas nesse caso terá que fazer a sua contribuição em dinheiro (em espécie). No dia em que fomos, houve três apresentações (às 10h, 11h e 12h), mas, em geral, ocorre apenas em dias de semana e em dois horários: às 10h e às 12h.
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Pátio de entrada do Castle of Good Hope |
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Início da cerimônia do canhão |
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Este senhor é que dava as explicações sobre o pequeno canhão ao seu lado |
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Estátuas representando importantes figuras da história sul-africana |
O forte abre diariamente das 9 às 16h (última entrada às 15:30h) e o ingresso custa 30 rands. Há visitas guiadas às 11h, 12h e 14h.
O que mais gostamos na fortaleza, na verdade, foram as vistas para a Table Mountain (sempre ela) a partir de suas muralhas. Consequentemente passamos um bom tempo por lá fotografando, antes de seguir para o próximo destino.
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Passeando pelas muralhas e apreciando a Table Mountain |
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Signal Hill vista das muralhas |
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Lion´s Head |
District Six Museum
Este é um dos principais locais em Cape Town para relembrar o triste período da história sul-africana que ficou conhecido como Apartheid (só perdendo para a Robben Island, claro). Episódios desumanos e imorais como este devem sempre ser continuamente lembrados para que, conhecendo-se o horror do passado, as futuras gerações não voltem a repeti-los. E este é o principal motivo da África do Sul transformar estes locais em importantes pontos de visitação.
No caso do District Six, este era um antigo bairro de Cape Town habitado por várias etnias que, seguindo a política de segregação racial, foi escolhido para ser uma área exclusiva para brancos. Resultado: todos os habitantes negros e de outras etnias (indianos, por exemplo) foram expulsos de suas casas e de seus negócios sem direito algum. O triste episódio ocorreu na década de 70 e desabrigou mais de 60 mil pessoas apenas pelo fato da cor de suas peles não ser branca.
É angustiante pensar que este tipo de "política" era praticada em um país por uma minoria que se sentia superior a quem tinha uma cor de pele diferente. E o District Six Museum está lá para não deixar ninguém esquecer disto.
O museu funciona em uma pequeno prédio na esquina das Abertus Street com a Buitenkant Street (a entrada fica nesta última). O mapa abaixo mostra o caminho do Castle of Good Hope até o museu.
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Mapa mostrando o caminho entre o Castle of Good Hope e o District Six Museum |
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Fachada lateral do District Six Museum |
O museu é repleto de referências aos antigos moradores do bairro e expõe objetos, fotos, recortes de jornais, além de reconstruir algumas casas e estabelecimentos. As placas que indicavam o nome das ruas do distrito podem ser encontradas por toda a parte, assim como resto dos escombros após as demolições. Um banco, bem característico da época, no qual apenas europeus podiam se sentar (olha mesmo que absurdo) também está exposto.
O museu abre das 9 às 16h (fecha aos domingos) e o ingresso custa 30 rands.
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O interior do District Six Museum |
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Triste e absurdo |
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O District Six Museum é bem pequeno e se resume aos dois andares deste espaço |
Company´s Gardem
Saímos do District Six Museum direto para o Company´s Garden, que é uma grande praça, com muito verde, onde é possível encontrar o atual Parlamento da África do Sul, a Galeria Nacional, a Biblioteca Pública e o Planetário da cidade.
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O Company´s Garden e, de baixo para cima, as setas vermelhas mostram: a Galeria nacional, o Parlamento e a Catedral de St George |
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Company´s Garden |
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Galeria Nacional |
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Biblioteca Pública |
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Um pequeno vislumbre do Paralmento Sul-africano |
Passamos um tempo andando pela área que é maior do que imaginávamos. Muitas árvores e muitos, muitos esquilos. Nunca vimos tantos, inclusive de espécies diferentes (nunca havíamos visto um esquilo albino). Eles emitiam sons, aparentemente se comunicando entre si, e não perdiam a chance de catar no chão alguma comida que os transeuntes deixavam cair.
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Um esquilo albino!! |
Ao sair do Company´s Garden, já em direção ao Greenmarket Square, avistamos a Catedral de St George, que estava em reforma. Não achamos, na verdade, esta praça um local imperdível da cidade.
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Horário em que o local permanece aberto |
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Catedral de St George |
Greenmarket Square
Esta é, na verdade, uma grande rua de pedestres (onde, aliás, localizava-se o nosso hotel) que vai sendo cortada, perpendicularmente, por inúmeras outras ruas (por onde trafegam carros) e é paralela a Long Street. Seu nome se deve a sua principal atração: o Greenmarket. São inúmeras barracas onde os locais vendem, em sua maioria, produtos de artesanato local. Um mercado que vai fazer a festa de quem gosta de artesanato e de souvenirs.
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Greenmarket Square |
São muitas barracas e quando você acha que elas acabaram, surgem mais. E se você quiser comprar miniaturas dos animais africanos, aqui não vai faltar. Talhados em madeira ou em pedras, são vendidos em unidade ou em conjunto. São também encontradas máscaras típicas das tribos africanas, além dos souvenirs clássicos, como canecas e chaveiros. Mas o mais característico e autêntico mesmo são os produtos de artesanato local.
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Long Street
Saímos do mercado direto para a Long Street, umas das mais importantes ruas de Cape Town, especialmente, por abrigar casas que preservam a arquitetura colonial.
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Long Street |
A rua é bastante movimentada, com muito comércio local, incluindo algumas lojas de artesanato africano, e alguns restaurantes (embora não nos tenha parecido um bom local para uma refeição. Preferimos o Waterfront).
É também na Long Street que se encontra a sede oficial dos ônibus turísticos Sightseeing (no número 81), tendo, inclusive, uma parada destes ônibus em frente ao local.
Enfim, o passeio pelo centro de Cape Town não é a melhor parte da cidade e não deve ser preferido a passeios como o topo da Table Mountain, Camps Bay, Waterfront ou Signal Hill. No entanto, caso você tenha tempo, acho que vale a pena dedicar, pelo menos, um turno à região, para entender um pouco mais da história da cidade e ter um maior contato com a autenticidade local.
OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.
2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio
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