Menu

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Como foi a nossa experiência no Game Reserve Garden Route

Quando saímos de Cape Town rumo à Garden Route sul-africana, escolhemos duas paradas pelo caminho: a surpreendente cidadezinha de Hermanus e o Game Reserve Garden Route. Este último tinha um objetivo bem óbvio: nos proporcionar a experiência de um safári na África do Sul. Já falamos sobre as diferenças entre um safári típico em uma grande reserva como o Kruger Park e nas menores game reserves espalhadas pelo país. Agora é hora de relatar a nossa experiência em si.

No Game Reserve Garden Route

Saímos de Hermanus em torno do meio-dia, com o objetivo de chegar, no máximo, às 14 horas no Game Reserve Garden Route. Afinal, teríamos o nosso primeiro game (como é chamado, localmente, o safári) ainda no final daquele dia. A reserva localiza-se na cidade de Albertinia, a cerca de 4 horas de carro a partir de Cape Town. Na verdade, você nem chega a ver a cidade em si, já que a entrada da reserva está exatamente na rodovia N2.

No caminho entre Hermanus e a game reserve

O Game Reserve Garden Route conta com um hotel próprio no local, com diferentes opções de quarto, desde os mais econômicos (que já são muito bons) até os mais luxuosos e os que funcionam como chalés com direito à varanda com vista para a vida selvagem. Nós escolhemos o mais econômico, que fica localizado próximo à área da piscina, e que já inclui, no valor da diária, os dois games (um no final do primeiro dia e outro do início do segundo), o jantar e o café-da-manhã. Tudo por 600 reais por pessoa. Pela qualidade de todo o serviço, achamos o preço muito bom. Fizemos a reserva no site oficial do próprio hotel (o pagamento é feito no cartão de crédito na hora da reserva).


Área dos quartos mais econômicos

Os tetos dos chalés localizados um pouco mais distantes (os funcionários levam e trazem os hóspedes através de carrinhos)

E quando falo na qualidade, não estou me referindo apenas à estrutura do hotel (quartos e WiFi excelentes, acomodações limpas, restaurantes muito bons), mas, especialmente, à eficiência e organização de todos os funcionários (desde os recepcionistas até os guias dos games). Assim que encontramos a entrada da reserva, exatamente, na margem esquerda da rodovia N2 (de quem vem dirigindo desde Cape Town), um funcionário na portaria já tinha uma lista com os nomes de todos os hóspedes e nos direcionou pela estrada de terra até o hotel.

Entrada do Game Reserve Garden Route na rodovia N2. Pelo que entendemos, as bandeiras hasteadas são as referentes aos países dos hóspedes do dia. Sim, havia uma do Brasil.


Pegando o curto caminho de terra até o hotel

No caminho, já avistamos, ao longe, um elefante. Foi o suficiente para já ficarmos empolgados. Chegando ao hotel em si, um funcionário já nos indicou onde parar o carro e nos levou à recepção, onde o check-in ocorre de maneira super eficiente. Nós, então, recebemos toda a programação com os horários exatos em que partiriam os games e a hora do jantar. 

Chegando ao hotel


Fomos levados ao quarto pelo mesmo funcionário que nos recebera (e que, na verdade, era um dos guias do safári) e, de cara, já amamos o nosso quarto todo decorado com temas africanos. A sensação de se estar em um safári só era amplificada. 

O nosso quarto

Como tínhamos ainda tempo até a saída do game daquele dia (marcado para às 17 horas), seguimos para a área da piscina e resolvemos almoçar (valor não incluso no pacote) no restaurante em frente à mesma. E, mesmo não tendo outra opção para se almoçar por ali, achamos o preço do almoço bem justo.

Almoçando na área da piscina

Havíamos lido relatos de que há viados ao redor do hotel e que é comum vê-los passeando pela área da piscina, mas infelizmente, eles não estavam por lá naquele dia. Em torno do hotel, há uma área em que é permitido caminhar sozinho e, nós, obviamente, saímos desbravando. Há também zebras por ali, mas não tivemos a sorte de ver nenhum animal naquele momento.

Avistando a área que percorreríamos durante os games


Conforme recomendado, chegamos ao local de encontro para saída em busca dos animais com 10 minutos de antecedência. Conseguimos escolher um bom local para sentarmos no automóvel e recebemos uma garrafa de água mineral e uma manta individual para o caso de sentirmos frio (e sentimos).

Os jipes do safári





Alguns carros são descobertos. Não é uma boa ideia em caso de chuva


Estávamos muito ansiosos e empolgados. Não fazíamos ideia dos animais que veríamos. E na nossa mente ainda passava um certo receio: "e se um leão pular em cima da gente?"

E, então, o game começou...

Vários carros saíram em comboio mas logo foram se separando e, de repente, éramos apenas nós, dez turistas, e o guia (que, por sorte, era o chefe dos guias e, portanto, extremamente conhecedor dos animais presentes ali). Neste momento, nuvens começaram a encobrir o céu, escondendo o sol, e a temperatura caiu um pouco.

Alguns minutos depois, câmera na mão, ansiedade a mil, e nenhum animal ainda...

À procura dos animais


Passamos por um pequeno lago que serve de habitat para hipopótamos, mas eles não estavam querendo papo e não deram o ar da graça. O guia prometeu que, ao final do passeio, mais perto do anoitecer, passaria ali de novo, pois seria um horário mais propício, para um dos hipopótamos sair da água.

Tem hipopótamo submerso aí, mas não deram a cara
Cadê os animais?


Alguns ao longe

E, de repente, uma chita sob uma sombra, cuidando dos seus filhotes recém-nascidos. Foi muito legal ver a família de chitas ali (só conseguimos conhecer o pai no dia seguinte). O guia passou um bom tempo com o carro parado, expondo curiosidades sobre o animal (e sua incrível velocidade) e sobre aquela chita em específico. Enquanto tirávamos inúmeras fotos, claro. Não é todo dia que se ver uma chita.

A chita e os seus filhotes












Continuando o caminho, começamos a ver alguns antílopes e, de repente, o primeiro dos Big Five (não sabe o que significa? explico aqui): o búfalo. Na verdade, um rebanho deles. E, logo ali do lado, vivendo em harmonia com eles, um segundo Big Five: o rinoceronte. Lindo demais!! Foi um dos animais de que mais gostamos. Ao mesmo tempo em que foi muito triste saber que eles estão extremamente ameaçados de extinção por um motivo bobo como a errada crença de que seu chifre é afrodisíaco e que, por isso, vale milhões no mercado negro oriental.

Antílopes








Um búfalo...


Vários deles, na verdade


Um rinoceronte







Continuando, avistamos muitas zebras vivendo e comendo calmamente, enquanto tirávamos uma grande dúvida do mundo animal: a zebra, na verdade, é preta com listas brancas!! Isso mesmo!! A dica para isso: a cor preta do seu focinho.

Zebras





Tinha avestruzes também


E gazelas

Ao longo do passeio, o guia ia parando também para mostrar algumas aves típicas da região, assim como algumas plantas. O carro, então, pegou um caminho de areia no meio de uma vegetação mais alta e, quando menos esperávamos, uma girafa sai caminhando graciosamente do meio do matagal.

Seguindo caminho...


E, de repente...

Ela


Linda demais!!


Foi muito emocionante. Ela chegou bem próximo do nosso carro e ficamos um bom tempo ali apreciando a beleza daquele animal. Lembro do grito de alegria que dei quando a avistei. Foi mágico chegar tão perto de uma girafa vivendo livre e tranquila no seu próprio habitat.














No retorno, ficamos parados esperando o hipopótamo sair da água, mas não teve jeito. No máximo, vimos sua cabeça para fora, enquanto o animal abria sua enorme boca. Aprendemos, inclusive, que o hipopótamo, embora pareça tranquilo, é o animal que mais mata humanos na África. Isso ocorre pela alta imprevisibilidade do seu comportamento, em decorrência dos altos níveis de testosterona no seu sangue, que aumenta a sua agressividade. Medo!!

Isso foi só o que vimos mesmo de um hipopótamo


Chegava ao fim o game do primeiro dia e ainda faltavam alguns animais para se ver, incluindo dois dos Big Five, o leão e o elefante (não há leopardo nesta reserva). Seguimos, então, para o jantar no restaurante principal do hotel. O cardápio é bem diversificado, incluindo carne de diversos animais, como avestruz e kudu. Confessamos, no entanto, que não conseguimos experimentar. Estávamos apaixonados pela fauna local e a ideia de comer a carne destes animais acabou nos impedindo de seguir em frente. Vale lembrar que a bebida não está inclusa no pacote.

Restaurante do hotel


Sala de estar do hotel


No dia seguinte, o game estava marcado para sair às 7 horas. Quinze minutos antes, você pode tomar um café no restaurante. Mas a comida em si só é servida no retorno do passeio. Pegamos os mesmos lugares no carro e saímos com o mesmo guia em busca dos outros animais. Infelizmente, o dia estava mais fechado. Chovera um pouco mais cedo, mas tivemos a sorte da chuva dar uma trégua na hora da saída do game.

Prontos para o segundo game


Olha quem apareceu: os viados que vivem em torno do hotel

De cara, conhecemos o kudu, animal belíssimo. Ficamos impressionados. E, em seguida, um outro Big Five: o elefante. Eram dois deles comendo calmamente a grama do chão. Foi interessante ver a forma como eles usam a pata para juntar toda a grama em um bolinho e, depois, sacode o monte de grama com a tromba para tirar o máximo de terra possível que esteja sujando a grama. Também aprendemos que a sua tromba é o órgão mais versátil do reino animal, devido aos milhares de músculos que a compõe. Notamos também que o carro jamais ficava entre os dois e o guia nos explicou que esta é uma recomendação de segurança, já que posicionar-se entre dois elefantes pode indicar perigo para eles e fazê-los atacar.

Um kudu








Um elefante





Eram dois, na verdade



Seguindo viagem, avistamos uma rinoceronte com o seu filhote, um rebanho de gazelas e mais zebras. Vimos também uma pequena raposa típica da região que logo tratou de se esconder. E, finalmente, encontramos os leões. Na verdade, um leão e duas leoas, em um sono que não parecia ser perturbado por nada. Na verdade, o leão só fez erguer a cabeça, olhou em volta e retornou a dormir. O guia nos contou que eles realmente passam boa parte do dia dormindo e nos informou que uma das leoas não estava ali junto, pois, provavelmente, deveria ter saído para caçar. Confesso que, neste momento, fiquei um pouco apreensivo, sempre olhando para os lados. Vai que a leoa voltasse sem ter achado a sua comida...

Rinocerontes


Zebras




Quem acha uma raposa nessa foto?


O Rei da Selva erguendo um pouco a cabeça quando chegamos...


E voltando a dormir depois. As leoas nem os olhos abriram

Após muitas fotos da preguiçosa família leonina, seguimos por um outro caminho, surpreendendo, desta vez, a chita pai dos filhotes que víramos no dia anterior. Neste momento, o guia deu uma pausa para se comunicar com os demais guias informando da localização do animal.

A chita pai passando perto de nós

E próximo de onde encontramos a chita, surgiram duas exuberantes girafas. E, mais uma vez, nos emocionávamos com aqueles lindos animais. O guia aproveitou e nos ensinou como diferenciar uma girafa macho e fêmea através dos seus chifres.

Girafas


Lindas demais!!











Retornando ao hotel

Chegava ao fim o nosso passeio pela fauna sul-africana e não restava dúvidas de que valera muito à pena. Tomamos, então, o nosso café da manhã e fizemos o nosso check-out, que estava marcado para às 10 horas. Tudo muito prático e organizado. Neste momento, quem quiser já pode ir embora. Mas ainda há uma outra atração: o Reptile Centre, que conta com várias espécies de cobras e se localiza já no caminho para a saída. 


A partir das 10:45, o chefe dos guias (que havia sido nosso guia no safári), apareceu no local para falar sobre estas inúmeras espécies de cobra. É, inclusive, possível pegar uma grande cobra (não venenosa, claro) e tirar fotos com elas. Não tivemos coragem (embora eu tenha tocado a sua pele escamosa). Há também crocodilos no local e uma linda tartaruga. Mas não chega a ser um passeio imperdível. Portanto, se você estiver com o tempo contado, pode seguir caminho.

O guia


Quem tem coragem?





O crocodilo


A tartaruga

Saímos, então, do Game Reserve Garden Route sentindo-se muito bem recompensados pela maravilhosa experiência e pegamos, novamente, a rodovia N2 que, logo em frente, na cidade de Mossel Bay, começaria a ser chamada de Garden Route devido à beleza ao seu redor. Nosso próximo destino: a cidade de Knysna. Mas aí já é assunto para outra postagem.


OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

Nenhum comentário:

Postar um comentário