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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Como chegar a Zakynthos

Já ouviu falar em Zakynthos (também conhecida com Zante), ilha grega famosa em decorrência da beleza de sua principal praia, a Navagio Beach? Se nunca ouviu falar, garanto que irá colocá-la como destino dos sonhos na Grécia após ver a foto abaixo:

Esta é Navagio Beach, considerada uma das praias mais bonitas do mundo e localizada na ilha de Zakynthos

Pois é!! Visitar este paraíso é possível se você estiver passeando pelo país berço da civilização ocidental. E, certamente, se você sonha em conhecer as tão faladas ilhas gregas, Zakynthos deve ser considerada como parte do seu roteiro. Mas temos um problema: você, provavelmente, irá querer incluir também outras ilhas gregas no seu trajeto, como as famosas Santorini e Mykonos, destinos super populares no país. E por que isto é um problema? Zakynthos se localiza em uma área completamente diferente das outras duas.


Ah! Você achava que as ilhas gregas eram todas próximas umas das outras. Ledo engano. Zakynthos faz parte das chamadas Ilhas Jônicas, por estar localizada no mar Jônico que banha a costa oeste do país (junto com outras ilhas também populares entre os turistas, como Corfu e Kefalonia). Já Santorini, Mykonos e outras ilhas, como Milos e Delos, são, em conjunto, conhecidas como Ilhas Cíclades e estão localizadas no norte do Mar Egeu. E olhe que ainda há Creta, a maior ilha do país, localizada no sul do Mar Egeu e o Dodecaneso, arquipélago que tem Rodes como principal ilha e que está localizado no leste do mesmo mar, já na transição para a Ásia.

Mapa mostrando os grupos de ilhas gregas. percebam como as Ilhas Jônicas é distante das Cíclades


É muita ilha para conhecer, não é mesmo? A conclusão óbvia: não dá para conhecer tudo numa mesma viagem. Desta forma, você tem duas opções, se quiser conhecer Zakynthos: concentrar-se apenas nas Ilhas Jônicas, deixando as ilhas do Mar Egeu para uma próxima viagem; ou se deslocar entre os diferentes arquipélagos numa mesma viagem, limitando, neste caso, as ilhas que conhecerá em cada um.

No nosso caso, como não abríamos mão nem de Zakynthos nem de Santorini, ficamos com a segunda opção, incluindo também Mykonos. A desvantagem desta escolha? Como já dei a entender, os dois grupos de ilhas ficam distantes uns dos outros, o que acabou exigindo mais da gente na hora de montar o roteiro. 

No entanto, o que acaba facilitando é a presença de voos para as mais populares ilhas do país, partindo de Atenas. Há voos para Santorini, para Mikonos, para Creta, para Zakynthos. Mas se você quiser ir de Zakynthos para Santorini, por exemplo, terá que fazer uma conexão na capital do país, já que não há voo direto entre as Ilhas Jônicas e as Cíclades. E isso acaba fazendo você perder tempo.

Mas afinal...

Como chegar em Zakynthos?


De avião

Como falei acima, a ilha é abastecida por voos que a conectam a Atenas, de modo que esta acaba sendo a forma mais prática e rápida de se chegar a Zakynthos partindo da capital grega. O voo dura cerca de uma hora e há 3 companhias aéreas que fazem o trajeto direto: Olimpic, Sky Express e Hahn Air. O problema é que estas empresas operam com aqueles aviões pequenos, com duas poltronas de cada lado, e nós, definitivamente, descartamos esta possibilidade devido ao medo que temos de aviões assim. Mas, sem dúvida, esta é a melhor forma de se chegar até a ilha.

O aeroporto da ilha fica a cerca de 4 Km da principal cidade local, Zakynthos Town. Há também voos diretos para o aeroporto, partindo de Londres, pela EasyJet, empresa low cost da Europa.

Mas se não fomos de avião, qual opção utilizamos? O barco, claro! 

De ferry

Há ferries partindo do porto de Killini, na parte continental do país (mais especificamente da Península do Peloponeso) e que chegam a Zakynthos, após cerca de uma hora de navegação. O porto da ilha, assim como o aeroporto, fica também em Zakynthos Town. Os ferries para a ilha podem partir também das outras Ilhas Jônicas, como Corfu e Kefalônia. Ou você pode parar na ilha durante um cruzeiro que esteja fazendo pelo Mar Jônico.

O mapa mostra a localização do Porto de Killini, no norte do Peloponeso, de onde saem os ferries do continente para a ilha de Zakynthos


Então, foi assim que fizemos: fomos até o Porto de Killini e, de lá, pegamos um ferrie até a ilha. A questão agora é: como chegamos ao porto? 

Como já explicamos no post em que descrevemos como é dirigir pelo Peloponeso, seguimos até Killini de carro alugado, partindo de Atenas e cruzando o Peloponeso, com algumas paradas para conhecer algumas atrações da península.

E se você está se perguntando o que fizemos com o carro, saiba que os ferries também os transportam (isto é algo comum nos barcos que circulam entre as ilhas gregas). Como iríamos precisar de carro na ilha (ela não é pequena e o carro alugado acaba sendo a melhor forma de se deslocar por lá), o ferry acabou unindo o útil ao agradável.

E quais empresas de ferry realizam este trajeto entre Killini e Zakynthos? Há duas empresas: a Kefalonian Lines e a Ionian Group. Os horários de partida são diferentes, enquanto os valores se equiparam. Então, acabamos decidindo pela primeira companhia já que os horários de ida e de volta se adequavam melhor às nossas necessidades. O valor do trecho por pessoa foi de 8,40 euros, acrescido de 27,50 euros para o carro (achou que eles transportariam o carro de graça?).

A compra pode ser feita online, o que recomendo para não correr o risco de não encontrar mais vagas (o ferry não tinha muitos passageiros no mês de maio em que fomos, mas estava lotado de carros; não acho que houvesse mais vaga). Efetuada a compra, eles mandam um voucher para o e-mail que, no dia do embarque, deve ser trocado pela passagem no guichê da companhia, localizado no porto.

O ferry da Kefalonian Lines no Porto de Killini


Porto de Killini visto de dentro do ferry


O recomendado é chegar ao porto com 1 hora de antecedência do embarque. Acabamos chegando uma hora e meia antes (vindos de Olímpia). Era nosso primeiro dia na Grécia e não queríamos que nada desse errado. Fomos direto ao guichê, trocamos nossos vouchers (e já recebemos a passagem da volta junto com a de ida) e perguntamos qual era nosso ferry (como pode haver mais de um atracado, acho importante se certificar qual será o seu).  O funcionário não era nenhum um pouco simpático, algo que percebemos ser comum entre os gregos que trabalham com transporte no país. Impressionante como todos, seja os funcionários dos guichês dos barcos quanto dos ônibus, eram super antipáticos, sempre respondendo com má vontade às nossas dúvidas.

Com a passagem em mãos e já sabendo qual era o nosso barco, já posicionamos o nosso carro próximo ao ferry. Aos poucos uma fila de carros foi se formando. Confesso que estávamos apreensivos de como seria para colocar o carro no interior do ferry. Mas a rampa para isto é muito larga, de modo que é super tranquilo entrar com o carro. Lá dentro, os funcionários vão determinando e organizando onde cada um vai estacionando o seu veículo. No final, todos ficam trancados, de forma que, se você foi um dos primeiros a entrar com o carro, provavelmente, será um dos últimos a sair.

Carros estacionados no interior do ferry


O ferry em si é confortável. Há dois andares para os passageiros, com mesas, cadeiras e poltronas, além de lanchonete, onde é possível comprar lanches e bebidas. Os banheiros são limpos e estão presentes nos dois andares. É possível também passear pela parte externa para apreciar o mar Jônico enquanto nos afastamos do continente. Há WiFi no interior, vendido a 1 euro.

Interior do ferry




Seguindo rumo a Zakynthos


O sol ia se pondo enquanto seguíamos viagem pelo Mar Jônico

No trajeto, aproveitamos para comer algo, enquanto eu lia sobre a mitologia grega. Levei um livro comigo sobre o tema para ir entendendo mais sobre algo que, até hoje, está presente de maneira muito forte na cultura grega (e, como fui descobrindo à medida que lia, presente também na cultura ocidental como um todo, da ciência à própria religião contemporânea).

No dia do retorno, fomos com o carro para o porto de Zakynthos Town e foi aí que nos surpreendemos com a completa falta de compromisso da Kefalonian Lines com o cliente. Logo que chegamos, percebemos algo estranho: o porto estava vazio, o guichê da companhia estava fechado, nenhum ferry deles estava atracado. Depois de um tempo procurando alguém e, já nervosos, encontramos um funcionário da alfândega portuária que nos informou que o ferry saíra com duas horas de antecedência. Ou seja, mudaram o horário e não nos avisaram. Pior, o funcionário antipático do guichê em Killini já podia ter nos avisado da troca e entregado a passagem com o horário certo, mas, simplesmente, não se importou com isso.

A sorte é que havia uma agência da companhia ali perto, na avenida principal da cidade (a Lomvardou). O funcionário do porto nos apontou a localização e corremos para lá. O funcionário confirmou a mudança de horário, pediu desculpas e emitiu nossas passagens para o ferry que só sairia ao meio-dia (havíamos comprado o horário das 9:15h).

A incompetência da empresa em mandar um simples e-mail avisando da mudança fez com que a gente perdesse uma parte preciosa do nosso dia e acabou restringindo bastante o tempo que passaríamos na cidade de Nafplio (uma grande pena!).

Fica a dica para quem for utilizar os serviços da Kefalonian Lines: cheque, na agência, no dia anterior, se houve alguma mudança de horário.

Enfim, seja de barco seja de avião, o que importa mesmo é chegar em Zakynthos para aproveitar, não apenas Navagio Beach, mas também as outras atrações que esta linda ilha do Mar Jônico tem a nos oferecer.


OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio


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