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sábado, 24 de março de 2018

Visitando a Hagia Sophia e a Mesquita Azul

Sempre que eu pensava em Istambul, a primeira coisa que vinha à minha mente era a imagem dos seus dois principais monumentos: a Hagia Sophia e a Mesquita Azul. Afinal, as duas construções costumam aparecer na maior parte das fotos da cidade, chamando sempre a atenção por sua beleza. E se, em foto, já pareciam ser super imponentes, imagina ao vivo.

Hagia Sophia, um dos monumentos mais famosos de Istambul

Por isso, independente de qualquer coisa, uma vez estando em Istambul, a Hagia Sophia e a Mesquita Azul precisavam ser a prioridade do nosso passeio. E não à toa, foram elas as atrações escolhidas para iniciar o nosso roteiro pela antiga Constantinopla. Afinal, estávamos hospedados bem próximo a elas (e aconselho você a procurar por um hotel nesta mesma área), sendo possível, inclusive, voltar a visitar as suas fachadas em outros momentos, como à noite, quando elas ganham uma bela iluminação.


Chegamos ao nosso hotel próximo da hora do almoço. Então, tivemos ainda que conter a ansiedade de sair correndo para a praça Sultanahmet, onde se encontram os dois monumentos, e paramos para almoçar. Escolhemos um prato típico do país, o kebab. Aviso logo que detestei e me recusei a comer novamente no restante da viagem. 

O que nos chamou mesmo a atenção, em termos de comida, já no caminho entre o nosso hotel e a famosa praça, foram as inúmeras docerias espalhadas por aquela área. Vocês já ouviram falar dos doces turcos? Pois se não ouviram, podem começar a sonhar com eles. E não estamos falando do famoso manjar turco (que nem gostamos tanto assim), mas da baklava, uma espécie de massa folhada com recheio à base de pistache que é uma tentação. Acredite: as docerias conseguiram disputar a nossa atenção com a Hagia Sophia e a Mesquita Azul. E podem nos julgar: teve uma noite que trocamos o jantar pelos doces!!

Muita saudade destes doces turcos!!

Mas saindo do devaneio gastronômico que acabou de me abater e voltando ao assunto deste post, vamos aos detalhes da nossa visita à principal área turística de Istambul:

A Praça Sultanahmet

Esta é a principal praça da cidade, localizada exatamente entre a Hagia Sophia (no seu extremo norte) e a Mesquita Azul (no seu extremo sul). Organizada, limpa e com  um belo trabalho paisagístico, a praça faz jus à imponência dos monumentos que a ladeiam, de forma que atraem não apenas turistas mas também moradores. De tão agradável, tornou-se nossa praça preferida no mundo.

Mapa mostrando a Praça Sultanahmet com a Hagia Sophia de um lado e a Mesquita Azul do outro

Praça Sultanhmet


Mesquita Azul vista da praça Sultanahmet











Hagia Sophia vista da Praça Sultanahmet




Durante à noite, ela continua bastante movimentada, sendo seguro revisitá-la com o objetivo de ver seus principais monumentos iluminados.

A Praça Sultanahmet à noite


Uma curiosidade sobre o local é que ele não se tornou central para a cidade apenas na atualidade. Afinal, era exatamente ali que se encontrava o antigo Hipódromo de Constantinopla, onde ocorriam as disputadas corridas de bigas da antiguidade. Com capacidade para cerca de 10 mil espectadores, as ruínas do hipódromo continuam presentes abaixo da praça por onde milhares de turistas passeiam diariamente.

Daquela época, apenas poucos resquícios despontam na superfície: o Obelisco de Teodósio (não tinha como faltar um obelisco, né?) e a Coluna Serpentina.

O obelisco foi trazido para a antiga Constantinopla do Egito (mais especificamente, de Luxor) pelo Imperador Teodósio, sendo, então, colocado no hipódromo para adorná-lo. Já a Coluna Serpentina foi trazida da Grécia por Constantino (estes imperadores gostavam de saquear os outros, né?) e tinha no seu topo uma bola dourada sustentada por três cabeças de serpente. Tanto a bola quanto as cabeças foram destruídas, sobrando apenas a coluna no local.

Mapa mostrando a localização do Obelisco de Teodósio e da Coluna Serpentina na Praça Sultanahmet, na lateral da Mesquita Azul

O Obelisco de Teodósio





A  Coluna Serpentina

Mas o antigo hipódromo não possuía apenas obras de arte saqueadas. Uma famosa estátua de quatro cavalos de bronze foi construída para adornar o local, mas (olha só a ironia!) foi saqueada pelos cruzados e levada para Veneza e, hoje, encontra-se na fachada da Catedral de São Marcos. Se você já visitou a cidade, deve ter visto as estátuas de bronze por lá.

A Hagia Sophia

A Hagia ou Santa Sophia foi o primeiro local que visitamos ao chegar na Praça Sultanahmet, já que a acessamos pelo seu extremo norte, onde se encontra o monumento.


Construída no século VI para ser uma basílica, Hagia Sophia já chegou a ser a maior catedral do mundo, tendo sido, no entanto, convertida em mesquita na época da conquista de Constantinopla pelo Império Otomano, época em que foram adicionados os quatro miranetes que compõem a estrutura atual no edifício. Na década de 30, o local deixou, então, de ser um centro religioso, tornando-se um museu.

E é exatamente este museu, no seu interior, que o turista irá visitar ao entrar na Santa Sophia. Na verdade, a própria arquitetura interna, com sua impactante abóbada e seus belos lustras, é a grande obra de arte da construção. Infelizmente, durante a nossa visita, uma grande parte do seu interior estava em restauração. Mesmo assim, deu para sentir a grandiosidade do lugar.

Já no interior da área externa da Hagia Sophia, rumo à fila da bilheteria


Aqui já vemos uma fonte de ablução da antiga mesquita que funcionava no local. Estas fontes servem para a purificação dos fiéis antes das orações e é comum vê-las na área externa das mesquitas.


Entrando no museu da Hagia Sophia


O salão principal do monumento é deslumbrante


A incrível abóboda e os inúmeros lustres presentes no local


Achamos estes lustres belíssimos e não cansamos de fotografar











Aqui pode-se ver a área em reforma lá embaixo


Alguns afrescos da época em que o local era uma catedral católica foram restaurados

Antes de entrar no atual museu, você precisará, obviamente, pegar a fila para a bilheteria. Mas cuidado para não fazer como nós e passar direto da entrada, indo parar no acesso à outra atração de Istambul: o Palácio de Topkapi. O que acontece é que este palácio se localiza por trás da Santa Sophia, havendo um portão de acesso na sua lateral direita. Nós já havíamos, inclusive, passado pela revista do portão, quando percebemos que estávamos no local errado. No mapa abaixo, aponto o local exato de acesso à bilheteria da Hagia Sophia para você não cometer o mesmo erro. 

A seta vermelha mostra o local para se acessar a bilheteria da Hagia Sophia

O acesso ao turista é liberado das 9 às 19 horas de 15 de abril a 30 de outubro (com a bilheteria fechando às 18h) e das 9 às 17 horas no restante do ano (com a bilheteria fechando às 16h). O ticket custa, atualmente, 40 liras turcas, podendo ser adquirido online no site oficial da atração. A fila, no entanto, estava pequena quando fizemos a visita no mês de maio. Não sei se em outras épocas costuma ficar mais cheio.

Enfim, com o nosso ticket em mãos, após nos perdermos


E quanto às famosas Cisternas da Basílica? Embora o nome faça parecer que elas possam ser visitadas a partir da Santa Sophia, as antigas cisternas se localizam, na verdade, próximas ao monumento, mas em outro local. Faremos um post específico apenas para falar das cisternas.

A Mesquita Azul

Localizada exatamente de frente para a Hagia Sophia, do outro lado da praça Sultanahmet, a Mesquita Azul não foi construída ali à toa. Durante o domínio otomano de Costantinopla, o sultão resolveu construir um centro religioso que fosse mais bonito e imponente do que a Santa Sophia, tendo incluído, inclusive, seis miranetes na sua estrutura (quanto maior o número de miranetes mais importante é a mesquita). E, assim, a Mesquita Azul está ali para rivalizar em beleza com o monumento mais antigo.

Uma obra belíssima construída para rivalizar com outra tão grandiosa quanto


Na minha opinião, o objetivo foi atingido, pois considero a mesquita, realmente, mais bonita. No entanto, o que importa mesmo é que nós, turistas, que saímos ganhando com esta disputa, já que, hoje, temos duas belíssimas construções para visitar em Istambul!

O acesso ao interior da Mesquita Azul também é permitido, tendo a vantagem de ser gratuito. Entretanto, vale lembrar que o local ainda funciona como um centro religioso, de forma que o acesso só é possível fora do horário das orações islâmicas. 

Mais especificamente, o site oficial da mesquita orienta a vista nos seguintes horários: das 8:30 às 11:30h; das 13 às 14:30h e das 15:30 às 16:45h. Nas sextas, permite-se as visitas apenas a partir das 13:30h. 

à medida que nos aproximávamos do monumento, ficávamos ainda mais fascinados





Tem até uns bancos estrategicamente posicionados na Praça Sultanahmet para quem quiser ficar ali apreciando a fachada da Mesquita Azul


Outra informação importante para a sua visita é em relação à vestimenta. Homens não podem entrar de bermuda. Mulheres apenas podem entrar com saia abaixo do joelho e com a cabeça coberta. A foto abaixo mostra a placa no local orientando a vestimenta adequada:

Regras de vestimenta para entrar na Mesquita Azul


Para entrar também é necessário retirar os sapatos. O visitante recebe uma bolsa plástica para guardar os calçados, devendo permanecer com ela em mãos enquanto estiver dentro da mesquita.

Para ter acesso à mesquita, encontramos duas entradas/saída: uma de frente para a Hagia Sophia, por onde entramos, e outra na lateral, por onde saímos (na parte da praça onde se localizam o Obelisco de Teodósio e a Coluna Serpentina.

Acessando o pátio externo da Mesquita Azul.


Um dos seis miranetes da Mesquita Azul


Outro miranete

Para acessar o interior da mesquita (o acesso ao turista não islâmico fica na parte de trás do monumento, não sendo permitido conhecer o interior por completo), retiramos os sapatos e os guardamos nestas sacolas plásticas. Basta pegar a sua na caixa.


Uma vez dentro da mesquita, ficamos encantados com a beleza dos seus mosaicos. A fotografia é permitida, desde que não se use flashs nem fotografe os islâmicos em momento de oração. 

Já no interior na mesquita


Pelo menos esta parte em que o turista pode entrar é incrível. Será que o restante da mesquita é ainda mais impressionante?


Passamos um bom tempo sentados no carpete apreciando os detalhes do teto e das paredes com seus belíssimos mosaicos







Algo que nos chamou a atenção foi a descontração das famílias muçulmanas lá dentro. As crianças corriam e brincavam, sem serem repreendidas. Algo que contrastou com a ideia de seriedade e silêncio absoluto que costumamos ter de templos religiosos. Curtimos bastante este clima mais leve no interior desta que foi a primeira mesquita a qual visitamos.

Antes ir embora, mais foto da bela fachada da Mesquita Azul, vista de perto


Atravessando o portão lateral, para deixar a área externa da mesquita e voltar à Praça Sultanahmet


Para acessar a Praça Sultanahmet e seus monumentos, você pode ir a pé, se estiver hospedado próximo, ou pegar um tram, linha T1, e descer na estação Sultanahmet. Já falamos sobre como utilizar o transporte público de Istambul.

Como já falei antes, estávamos hospedados perto, de modo que foi possível retornar ao local em outros momentos, tendo valido muito à pena o retorno durante à noite. 

A Mesquita Azul, vista à noite


Vale muito à pena voltar à praça neste horário


A Hagia Sophia vista à noite


Sem dúvidas, um dos melhores locais de Istambul



OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

2 comentários:

  1. Excelente relato!!! Obrigado, vai me ajudar bastante, embarco mês que vem para lá..

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    1. Que bom que pude ajudar!! Espero que faça uma excelente viagem! :)

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