Menu

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Como foi nosso passeio pela Senda Costera, no Parque Nacional Tierra del Fuego

Depois de dar todas as dicas para o turista visitar o Parque Nacional Tierra del Fuogo, a bela reserva natural localizada a poucos quilômetros de Ushuaia, chegou a hora de contar exatamente como foi o nosso passeio, especialmente, nossa caminhada pela Senda Costera, a trilha mais extensa do parque nacional.

Além da Senda Costera (especificada como a trilha 2 do parque), nós também visitamos a Ensenada Zaratiegui, o Centro de Visitantes Alakush, o Lago Roca e o Mirante Bahia Lapataia.

Visual da Senda Costera, entre o bosque e o Canal de Beagle

Após passar pela portaria do parque e pagar os 420 pesos por pessoa cobrados pela administração da reserva, nossos anfitriões/guias (a quem pagamos para nos levar ao parque) nos levou para a Ensenada Zaratiegui, onde demos início ao nosso tour pelo local.

Ensenada Zaratiegui (aqui tem início as trilhas 1 e 2 do Parque Nacional Tierra del Fuego)

Combinamos que faríamos a Senda Costera, que tem início na Ensenada, e encontraríamos os anfitriões novamente no Centro de Visitantes Alakush (localizado próximo ao final da trilha, onde comeríamos).

Dicas para visitar o Parque Nacional Tierra del Fuego

Localizado no sudoeste da maior ilha da Terra do Fogo, fazendo fronteira com o Chile e a 10 Km de Ushuaia, está o Parque Nacional Tierra del Fuego, a reserva ecológica mais austral do planeta, banhada pelo Canal de Beagle e repleta de bosques, lagoas e trilhas em meio à natureza.

Com paisagens belíssimas, não é à toa que se tornou uma das atrações turísticas mais populares entre aqueles que visitam Ushuaia. No parque, é possível visitar mirantes, fazer trilhas de diferentes níveis de dificuldade, andar no famoso Trem do Fim do Mundo e ainda ter seu passaporte carimbado.

Parque Nacional Tierra del Fuego

Como a parte da reserva destinada à visitação é grande, recomenda-se reservar um dia inteiro para visitá-lo. Mas se você quiser fazer todas as trilhas (ou a maioria), vai ter que passar uns 3 dias por lá (há, inclusive, a opção de acampar no parque).

Nós não somos muito chegados à trilha, de forma que escolhemos apenas uma para fazer. Foi cansativa, mas valeu demais à pena.

No entanto, antes de escolher o que fazer por lá, você precisa saber como chegar ao parque. Então, daremos abaixo algumas dicas práticas para ajudar na sua programação.

domingo, 26 de agosto de 2018

Passeio de barco pelo Canal de Beagle

O Canal de Beagle, na verdade, é um estreito localizado no extremo sul do continente americano que liga os Oceanos Atlântico e Pacífico e que separa a maior ilha da Terra do Fogo (aquela onde se encontra Ushuaia) de várias outras pequenas ilhas do arquipélago. E, ao contrário do que se possa imaginar, a maior parte do canal pertence ao Chile.

O nome do estreito é uma homenagem ao navio britânico HMS Beagle que fez duas expedições pelo canal no século XIX, levando à bordo, na segunda delas, ninguém menos do que Charles Darwin.

Passeio de barco pelo Canal de Beagle

E fazer um passeio de barco pelas mesmas águas que Darwin navegou é um dos tours mais populares entre os turistas que visitam Ushuaia. Os barcos saem da marina na orla da cidade, próximo ao Centro de Informações Turísticas e vai percorrendo o estreito rumo às pequenas ilhas de interesse histórico e natural: a ilha dos cormorões (Isla de los Pajaros); a ilha do Farol Les Eclaireurs; a ilha dos leões marinhos (Isla de los Lobos); e a Isla Martillo (Piguinera), onde é possível avistar uma colônia de pinguins.

Como é a trilha até a Laguna Esmeralda em Ushuaia

A beleza da Laguna Esmeralda é o estímulo que faz inúmeros turistas que visitam Ushuaia percorrer a trilha que leva até esta exuberante lagoa de colocação verde-esmeralda. E não há outra forma de conhecê-la (a não ser de helicóptero) que não seja atravessando o bosque que a separa da civilização.

Localizada a cerca de 20 Km do centro de Ushuaia, o turista precisa, primeiro, seguir de carro pela Rota 3 até o início da trilha, que fica na margem esquerda da estrada de quem dirige sentido ao norte. A trilha tem, ao todo, 9 Km, considerando ida e volta.

Portanto não é uma trilha simples, considerando a sua extensão, embora seja quase toda plana. Digo quase, pois há um trecho que envolve uma subida em meio ao bosque. Além disso, pode haver trechos completamente enlameados no trajeto, especialmente, se tiver chovido recentemente na região.

A Laguna Esmeralda

Eu classificaria a trilha como moderada. É preciso, então, ter um certo preparo físico para fazê-la. No entanto, nenhum de nós tem um bom condicionamento físico e conseguimos realizá-la mesmo assim. Embora tenhamos demorado quase uma hora a mais do que o previsto e terminado a trilha exaustos (e com dor no corpo).

sábado, 25 de agosto de 2018

Visitando o Glaciar Martial durante o verão de Ushuaia

O Glaciar Martial corresponde a uma das principais estações de esqui de Ushuaia. No entanto, durante o verão, a montanha localizada nos arredores da cidade mantém-se ativa devido aos muitos turistas que seguem para lá em busca de suas trilhas.

Sem a neve cobrindo suas encostas, as árvores e riachos, que adornam o cerro, ganham vida e se tornam um convite para aqueles que querem ter um maior contato com a natureza. Além disso, é possível ver a cidade e o Canal de Beagle do alto da montanha e a subida não é difícil, sendo adequada para todas as idades e níveis de condicionamento físico. Foi, na verdade, a trilha mais fácil que fizemos na região.

O Glaciar Martial

Por ser uma estação de esqui, há um teleférico que leva o visitante até o topo do cerro. Entretanto, é exatamente no verão que é feita a manutenção do mesmo, de modo que ele costuma estar desativado neste época. Sobram, então, as pernas para nos levarem montanha acima.

O que fazer dentro da cidade de Ushuaia

Lamento informar, mas a cidade em si de Ushuaia não é exatamente bonita. E isto vai de encontro ao nosso imaginário que sempre acredita que pequenas cidades localizadas em meio a montanhas nevadas são lindas e charmosas. Infelizmente, não é o caso da Cidade do Fim do Mundo, que encanta muito mais pelas belezas do seu entorno e arredores do que por suas casas e ruas.

Isto não quer dizer, no entanto, que não seja possível encontrar alguma beleza andando por suas ruas, especialmente, na sua orla de frente para o Canal de Beagle, nossa parte preferida da cidade. Mas vamos ser sinceros: ninguém vai para Ushuaia por causa da cidade, mas sim por conta de toda beleza que a Terra do Fogo e sua natureza têm e oferecer.

Encontrando beleza na cidade de Ushuaia

Dito isso, fica a pergunta: mas o que fazer exatamente na cidade naqueles momentos em que o turista não está fazendo algum passeio pela região?

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Dicas para visitar Ushuaia, o verdadeiro fim do mundo

Quantas vezes ouvimos alguém se referir a algum lugar como o Fim do Mundo? Embora, em geral, o termo seja pejorativo, há um local do planeta que se auto-intitula, realmente, como o Fim do Mundo. E isto se dá devido à sua proximidade com a Antártida. Afinal, Ushuaia (a pronúncia correta é "uçuaia" e não "uxuaia") é a cidade mais ao sul do planeta. Depois dela, só mesmo o continente gelado.

Ushuaia localiza-se na região mais ao sul da Patagônia, conhecida como Terra do Fogo. Esta, na verdade, trata-se de um arquipélago, cujo território é dividido entre Chile e Argentina, estando Ushuaia localizada neste último país, na costa sul da maior de todas as ilhas. Ao norte, a Terra do Fogo está separada do continente sul-americano pelo Estreito de Magalhães, descoberto pelo navegador português Fernão de Magalhães, durante o século XVI.

Visitar a Terra do Fogo é, portanto, ter contato com a história das navegações, ao mesmo tempo em que se pisa em uma inóspita região do planeta, caracterizada por terras geladas e, portanto, pouco povoadas.

Mas a geografia desta parte da Patagônia não se resume apenas à neve e gelo, especialmente, durante o verão, quando o branco fornece o lugar ao verde dos bosques e montanhas. Desta forma, a exuberante natureza que preenche os arredores de Ushuaia chama a atenção do turista, que corre para lá em busca das trilhas dos seus parques nacionais, da navegação pelo famoso Canal de Beagle, que banha a cidade, e do contato com a típica fauna local, representada por pinguins e leões-marinho.

Um dos principais símbolos de Ushuaia, o Farol Les Eclaireus

domingo, 19 de agosto de 2018

Como é dirigir pela Patagônia

Enquanto montava o nosso roteiro pela Patagônia, logo percebi que alugar um carro facilitaria muito nosso trajeto entre as cidades que visitaríamos, além de nos dar liberdade e flexibilidade com nosso tempo, sem depender de horários fixos de ônibus ou de tours guiados. E, como iríamos viajar com uma amiga, ficaria mais barato o aluguel e o combustível do que se viajássemos apenas nós dois.

E, assim, decidimos por alugar carro em Punta Arenas, no Chile, e de lá, seguir para Puerto Natales e Torres del Paine, atravessando, então, a fronteira com a Argentina para seguir até El Calafate. Ao final, voltaríamos dirigindo a Punta Arenas, onde devolveríamos o carro. E foi exatamente assim que fizemos, dando tudo certo ao final.

Dirigindo pela Patagônia Argentina, já próximo de chegar a El Calafate


E valeu à pena? Com certeza, valeu! Primeiro porque a flexibilidade que tivemos com o carro, nos permitiu otimizar nosso roteiro de tal forma que conseguimos conhecer tudo que havíamos planejado. Segundo porque percorrer o Parque Nacional Torres del Paine de carro próprio nos permitiu aproveitar as belas paisagens do lugar no nosso ritmo, parando e fazendo o que queríamos.

Dirigindo por Torres del Paine

sábado, 18 de agosto de 2018

Nosso roteiro pela Patagônia

Quem aí também quer fazer como nós e conhecer a Patagônia? Área geográfica correspondente à parte mais meridional (ou mais próximo da Antártida) da América do Sul, a Patagônia evoca a imagem de montes nevados, glaciares e lagos que, em conjunto, resultam em paisagens de tirar o fôlego.

Torres del paine, no Chile, e uma das muitas vistas espetaculares da Patagônia

E a área inclui dois importantes países do continente sul-americano, Chile e Argentina, de forma que é comum o roteiro pela região transitar entre os dois países. Não pense, no entanto, que é possível conhecer toda a Patagônia em apenas uma única viagem (se bem que até é se você tiver muito tempo disponível!). Até porque a sua parte norte, que tem Bariloche (na Argentina), e a Região de los Lagos (no Chile) como principais atrações, fica bem distante da sua parte sul, destacando-se Ushuaia nos país argentino e Torres del Paine no chileno.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

O que fazer em Santa Cruz de la Sierra

Fazendo uma analogia, Santa Cruz de la Sierra estaria para a Bolívia, assim como São Paulo está para o Brasil, uma vez que ela pode ser citada como a cidade mais cosmopolita do país boliviano. De qualquer modo, do ponto de vista turístico, nem sei se esta comparação é justa, já que, acredito, São Paulo tem muito mais atrações a oferecer do que Santa Cruz.

No entanto, é por esta cidade que muitos brasileiros chegarão à Bolívia indo de avião, de forma que, em alguns casos, a conexão pela cidade pode ser mais extensa do que o desejado, obrigando o visitante a se hospedar pelo menos uma noite por lá. E, como no mundo do turismo "nada se perde, tudo se aproveita" é importante saber o que se tem para fazer na cidade. 

Santa Cruz de la Sierra

No nosso caso, chegamos a Santa Cruz de la Sierra vindos de Tarija de avião e precisamos pernoitar por lá, para pegar nosso voo para o Brasil no dia seguinte. 

Logo percebemos que a grande maioria das atrações da cidade se concentra no seu centro, em torno da Plaza 24 de Septiembre. E, assim, escolhemos um hotel que se localizasse nos seus arredores. São várias as opções de hospedagem nesta área.

E é exatamente a Plaza 24 de Septiembre, o coração de Santa Cruz de la Sierra. Arborizada, limpa e bem cuidada, a praça recebe um fluxo constante de pedestres ao longo do dia, havendo muito mais habitantes da cidade do que turistas entre eles.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

O que fazer em Tarija, na Bolívia

Você já ouviu falar em Tarija? Localizada no sul da Bolívia, bem próximo à fronteira com a Argentina, esta é uma cidade fora dos circuitos turísticos. Afinal, quando se fala em turismo em solo boliviano, três são os lugares que se destacam: La Paz, Copacabana e Uyuni.

Isto não significa que Tarija não tenha seus atrativos. Localizada em uma região nitidamente mais rica do país, a cidade, provavelmente, vai te surpreender. Completamente diferente de La Paz e bem mais desenvolvida que Copacabana ou Uyuni, Tarija reflete muito bem a desigualdade social existente na Bolívia. Lá, você verá mansões, carros caros, restaurantes mais sofisticados, ruas mais organizadas e limpas e pessoas, nitidamente, mais ricas.

Tarija

Além disso, a cidade é famosa por suas vinícolas, se concentrando, nos seus arredores, a produção de vinho boliviano. Desta forma, se você estiver passando por lá e for amante de vinhos, fazer um passeio pelas vinícolas será uma excelente programação. Não indicaremos nenhuma, já que não bebemos e, portanto, não nos interessamos por este passeio.

Como é o tour às Lagunas Altiplânicas do Atacama

Localizadas no chamado Altiplano Chileno, a mais de 4 mil metros acima do nível do solo, estão duas das  mais belas atrações naturais da região do Deserto do Atacama: as Lagunas Miscanti e Miñiques. Devido à proximidade entre as duas, a visita ocorre de forma conjunta. Na verdade, as duas já foram o mesmo lago, que foi dividido ao meio pela lava do Vulcão Miñiques.

A beleza das lagunas decorre da bela cor azul das suas águas, emoldurada por montanhas (entre eles o vulcão acima citado) e por uma vegetação rasteira por onde alguns habitantes da fauna local costumam aparecer, como os simpáticos guanacos  que tivemos a sorte de ver às margens da Laguna Miscanti.

Laguna Miscanti


E se o vento não estiver forte no dia da sua visita, a água dos lagos se tornam verdadeiros espelhos, refletindo as montanhas e o céu. E tornando a paisagem ainda mais espetacular.

O tour até as duas lagunas costuma ser associado à visita a outras atrações da região para "aproveitar a viagem". Estas outras atrações costumam variar de acordo com a agência contratada, de forma que é importante checar bem o itinerário para escolher o tour que mais se adequar às suas preferências.

No nosso caso, fizemos questão de fazer um passeio que incluísse também a surreal Piedras Rojas. Após ver imagens do local na internet, não tive a menor dúvida de colocar o lugar como prioridade absoluta na nossa viagem. E esta decisão se mostrou certeira, já que Piedras Rojas foi o lugar mais bonito que conhecemos durante a nossa passagem pelo Atacama.

Piedras Rojas

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Como é o Tour Astronômico no Deserto do Atacama

O céu do Deserto do Atacama é famoso pela incrível visibilidade das estrelas que se tem a partir dele. Afinal, dificilmente você verá o céu nublado por lá. E esta característica fez com que a região se tornasse base estratégica de estudos e pesquisa astronômica. E não há apenas observatórios chilenos por lá. Vários países do mundo montaram base no deserto para aprender mais sobre as estrelas, constelações, planetas e galáxias.

Há, inclusive, um importante projeto internacional, conhecido como ALMA Observatory, que inclui vários países do mundo, inclusive o Brasil, e que promete importantes avanços do campo da astronomia. 

E, obviamente, o mercado do turismo não iria deixar esta característica passar em branco, de modo que o chamado Tour Astronômico vem se tornando cada vez mais popular entre os turistas. Afinal, se já é maravilhoso contemplar aquele belíssimo céu estrelado durante as noites do Atacama, imagina fazer isso com explicações de quem entende do assunto e ainda com a possibilidade de usar um telescópio!

E este é exatamente o objetivo deste passeio: primeiro, é feita uma explanação sobre as constelações e a nossa Via Láctea, enquanto, a olho nu, o astrônomo vai nos mostrando as surpresas do céu. Tudo isso, entremeado por histórias de como os povos andinos da antiguidade incorporavam as estrelas na sua própria cultura. Eles era verdadeiros astrônomos que, inclusive, deram nomes diferentes às constelações que conhecemos hoje.

Depois, é hora de vermos alguns pontos específicos do céu usando o telescópio, como Saturno e seus anéis e a superfície de lua. Confesso que foi emocionante ver a lua (que, naquela noite estava em fase crescente) tão "de perto".

Foto com a Via Láctea, durante o Tour Astronômico no Atacama