Como foi nosso passeio por Lucca

Capital da província de mesmo nome, a cidade de Lucca se destaca em uma viagem pela Toscana pelo seu charme, podendo servir de base para quem quer visitar também Pisa ou dar uma escapada até a Ligúria e visitar Cinque Terre, como nós fizemos.

Diferente de outras comunas da Toscana que foram construídas no topo das colinas da região, a parte histórica de Lucca ergueu-se em terreno mais plano em meio a colinas e montanhas que a rodeiam. Outra característica marcante da cidade é a sua preservada e histórica muralha que persiste de pé envolvendo todo o centro histórico de Lucca.

Aliás, no topo desta larga muralha, foi construída uma imensa área verde, que funciona como parque para quem quer relaxar, caminhar, fazer um passeio com seu cachorro ou pedalar. O uso de bicicletas, inclusive, é extremamente popular na cidade, sendo comum encontrar locadoras onde o turista pode adquirir uma bicicleta para explorar Lucca.

A bela cidade de Lucca, na Toscana

Abaixo, listaremos algumas dicas sobre a cidade, assim como contaremos como foi a nossa experiência.

Como chegar a Lucca

Não tivemos muita dificuldade neste quesito, já que estávamos percorrendo a Toscana de carro. Com um aplicativo de navegação no nosso celular, chegamos fácil à cidade. Considerando que o centro histórico é o foco, colocamos, no navegador, o nome de um dos portões da muralha, a Porta San Pietro, por já saber que haveria estacionamento público próximo.

Lembrando que você não poderá entrar com o carro no centro histórico devendo deixá-lo estacionado fora dos limites da muralha. O mapa abaixo mostra a localização do estacionamento em que paramos.

Mapa mostrando o local do estacionamento que utilizamos circulado de vermelho e localizado na Viale Giosuè Carducci. A seta azul mostra a localização da Porta San Pietro

Como muitos dos estacionamentos pela Toscana, é preciso indicar o tempo estimado de parada no paquímetro, efetuando o pagamento e deixando o comprovante no para-brisa do carro. Demos informações mais específicas sobre os estacionamentos da Toscana em outro post. 

Se não estiver de carro e quiser ir de trem, Lucca tem uma estação ferroviária que fica a apenas cinco minutos de caminhada da Porta San Pietro. Há trens partindo de Florença (duração da viagem de cerca de uma hora e vinte minutos) e de Pisa (duração da viagem de cerca de trinta minutos), ambas as cidades com a aeroporto.

O mapa mostra a localização da cidade de Lucca em relação a Pisa e a Florença

Onde se hospedar em Lucca

Provavelmente, o melhor local para se hospedar na cidade é dentro da sua muralha histórica. No entanto, se você estiver de carro e quiser uma experiência mais bucólica, pode fazer como nós e se hospedar em alguma pequena comuna da província, próxima à cidade. 

No nosso caso, como estávamos em lua de mel, preferimos uma opção mais intimista e alugamos uma casa com arquitetura antiga, localizada no topo de uma colina em Borgo a Buggiano, comuna localizada a cerca de 30 minutos de carro da parte histórica de Lucca.

Chegando ao topo da colina em Borgo a Buggiano

Nossa vizinhança

Nossa vista

A paz do local não teve preço. Acordávamos com o canto dos passarinhos e dormíamos envoltos por um silêncio absoluto. A vista da nossa janela era linda e havia, bem próximo, um restaurante que foi um dos melhores da viagem, o Santa Elena.

Nossa janela

Nosso jantar no Santa Elena

O que ver em Lucca

Vou listar abaixo, as principais atrações turísticas da cidade:

1. Duomo de Lucca: a catedral da cidade.

2. Igreja de São Miguel: famosa por sua peculiar arquitetura.

3. Torre Guinini: o seu topo permite uma espetacular vista em 360 graus da cidade, além de ter a particularidade de ser arborizado. Você sobe os degraus e, quando chega ao alto, dá de cara com uma espécie de jardim suspenso.

4. Torre delle Ore: torre do relógio, que também permite a subida até o seu topo, mas não possui a mesma singularidade de possuir árvores suspensas.

5. Piazza dell´Anfiteatro: principal praça de Lucca, possui um formato circular que remete ao antigo anfiteatro romano que existia no local. Possui inúmeros restaurantes e cafés nos típicos prédios que contornam a praça.

6. Via Fillungo: considerada a principal rua de Lucca, é cheia de lojas internacionalmente famosas.

7. Muralha de Lucca: como já citei acima, a muralha, além de remeter à história da própria cidade, se transformou em um parque circular que dá a volta no centro histórico, enchendo de verde e tranquilidade o passeio.

Mas, além das atrações em si, a própria cidade, com seus prédios e ruas históricas, constitui o verdadeiro protagonista de um passeio turístico por Lucca. A melhor ideia é entrar por uma das portas da muralha e se perder nas ruas de calçamento, parar em um café, tomar um gelato, comer uma massa em um dos seus restaurantes e se deixar apaixonar pela beleza da cidade.

E como foi nosso roteiro por Lucca

Nós fizemos exatamente o que sugerimos acima. Após atravessar a muralha pela Porta de San Pietro, seguimos sem rumo certo pelas ruas de Lucca, embora sempre de olho no mapa em nosso celular para identificar qual das atrações citadas estava nas proximidades de onde passávamos.

Após estacionar nosso carro, seguimos em direção à muralha para atravessá-la. Percebam que há árvores plantadas em cima dela.

Iniciando o passeio pela parte histórica de Lucca

Na verdade, a primeira coisa que fizemos foi parar em um café para fazer nosso desjejum. A cidade, ainda tranquila, com os primeiros turistas ainda chegando, serviu de companhia para o nosso capuccino acompanhado de um croissant e de uma salada de frutas.

Tomando café da manhã em Lucca

Apreciando o movimento enquanto tomávamos café, fomos percebendo o quanto as bicicletas são realmente populares por lá.

De estômago cheio, continuamos o percurso pelas ruas de Lucca e fomos nos sentindo cada vez mais encantados por esta que se tornou uma das nossas cidades preferidas da Toscana.

E segue o passeio pela cidade

A superfície plana da cidade facilita a caminhada

Pequenos detalhes que fazem a diferença

Para quem ainda tinha dúvidas do quanto pedalar é popular em Lucca

Avistando, ao fundo, a torre da Igreja de São Miguel

Primeiro, demos de cara com a Igreja de São Miguel, cuja arquitetura pouco ortodoxa chama mesmo a atenção. Com uma fachada em estilo romântico, repleta de arcos e algumas esculturas, destaca-se a representação do arcanjo São Miguel no topo. A igreja fica em uma praça de mesmo nome que, naquele dia, apresentava uma exposição de modernas esculturas (não sei se a exposição era temporária ou permanente).

A bela Igreja de São Miguel

A famosa fachada da Igreja de São Miguel

Os detalhes da arquitetura chamam a atenção

Na praça que alberga a igreja, havia uma exposição de algumas esculturas modernas

Depois de apreciar a igreja de São Miguel, seguimos caminhando e passamos pela Torre dele Ore (localizada bem próximo à igreja), mas resolvemos não subir, já que achamos que seria bem mais interessante subir ao topo da Torre Guinini.

A Torre delle Ore

O ingresso para subir os 207 degraus da Torre delle Ore custa 4 euros. Abre das 9:30 às 17:30 h em março e outubro, das 9:30 às 18:30 h em abril e maio e das 9:30 às 19:30 h de junho a setembro. Está fechada nos meses de novembro a fevereiro. 

Continuando nosso passeio, nos deparamos com a Torre Guinini, que se tornou nossa atração preferida na cidade. Toda construída com pedras e tijolos, a antiga torre medieval foi construída pela rica família Guinini no final do século XIV (naquela época, era comum as famílias poderosas da região construírem torres que simbolizavam a sua riqueza e poder).

Avistando a Torre Guinini

Atualmente, a Torre Guinini é a única torre familiar ainda em pé em Lucca. Mas o que chama mesmo a atenção para a construção são as árvores plantadas no seu topo. A sensação é a de você estar em uma pequena praça arborizada suspensa que permite uma inigualável vista de toda a cidade murada.

A copa das árvores no topo da Torre Guinini é a sua característica mais marcante

Do alto, após subir os seus degraus, temos a chance de avistar Lucca...

em 360 graus

São, ao todo, 7 árvores no topo da Torre Guinini

Da torre, podemos perceber que, ao contrário de outras cidades medievais da Torcana, Lucca foi construída entre as colinas e não no topo delas

O legal das árvores da torre é que podemos apreciar a cidade sob as suas sombras, o que, em um dia de sol como o que fazia naquela manhã, foi essencial

E ainda mais legal é que esta ideia de plantar árvores no topo da torre não foi atual. Há indícios de que o jardim suspenso foi idealizado séculos atrás.

Deu para entender porque esta é uma das principais atrações de Lucca, não é?

Foi maravilhoso apreciar Lucca entre as árvores da Torre Guinini

O ingresso para subir ao jardim suspenso da Torre Guinini custa 4 euros (há um ticket combinado para visitá-la junto à Torre delle Ore que custa 6 euros). Abre das 9:30 às 16:30 h de novembro a fevereiro, das 9:30 às 17:30 h em março e outubro, das 9:30 às 18:30 h em abril e maio e das 9:30 às 19:30 h de junho a setembro.

Descendo a torre, seguimos em direção à Piazza dell´Anfiteatro. A praça é mesmo toda circular, fazendo referência ao anfiteatro que ali existiu na antiguidade. Para acessá-la, é preciso passar por algum dos arcos que a interligam ao resto da cidade.

Acessando a Piazza dell´Anfiteatro

Encantados pela disposição dos prédios contornando a praça

Na área externa, muitas mesas dos muitos restaurantes e cafés do local

Admirando

Os detalhes dos prédios da Piazza dell´Anfiteatro

Hora de deixar a praça

Saímos da Piazza dell´Anfiteatro e avistamos a principal rua de Lucca, a Via Fillungo. Caminhamos um pouco por ela e resolvemos seguir até o topo da muralha (àquela altura, havíamos esquecido completamente de procurar o Duomo de Lucca. Para ser sincero, só me toquei que o esquecemos agora enquanto escrevo este relato).

Via Fillungo

Rua repleta de lojas famosas

Resolvemos acessar o topo da muralha a partir da Porta S. Maria. No caminho até ela, ainda mais ruas e construções charmosas.

Degustando com calma a beleza de Luccaewfdc

Chegando à arborizada muralha de Lucca

No topo da muralha

Caminhamos pela muralha até enjoarmos. No trajeto, pessoas passeando com seus cachorros, outros pedalando e alguns turistas conhecendo o lugar. De um lado, víamos a parte histórica de Lucca; do outro, a parte moderna da cidade.

Passeando pela muralha

E apreciando a parte histórica de Lucca a partir dela

Não chegamos a andar de bicicleta, mas vimos que é possível alugar uma por lá. Em uma das locadoras, encontramos o valor de 3 euros a hora e 15 euros o dia. Pode ser uma boa opção para se percorrer a parte interna da muralha (e, inclusive, o seu topo).

Antes de nos despedirmos de Lucca, resolvemos tomar um gelato. Escolhemos uma sorveteria aleatória cujo nome, infelizmente, não gravamos, embora tenha sido um dos melhores sorvetes que experimentamos pela Toscana. Aliás, se teve algo que fizemos muito nesta viagem foi tomar sorvete. Naquele dia, inclusive, ainda tomaríamos gelato mais duas vezes, uma em Volterra e outra em San Gimignano.

Mas aí já é assunto para outros posts.

OBS:

1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio