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sábado, 5 de janeiro de 2019

Os museus de Florença: Galleria degli Uffizi e Galleria della Accademia

As palavras arte e Florença andam quase de mãos juntas de tão importante que a cidade italiana foi (e é) para a história da arte. Tendo albergado famosos artistas, como Michelangelo e Botticelli, não é de se estranhar que os museus da cidade estão entre as principais atividades turísticas da capital da Toscana.

E, embora sejam muitos os museus da cidade, dois se destacam por abrigar as principais obras de arte: a Galleria degli Uffizi e a Galleria della Academia. Esta última é famosa por expor aos visitantes uma das obras de arte mais famosas do mundo: o Davi de Michelangelo. No entanto, é um museu pequeno e que não vai tomar muito do seu tempo.

O Davi de Michelangelo, na Galleria della Accademia

Já a Galleria degli Uffizi é bem maior e com muito mais obras de arte expostas, sendo composta por várias salas com pinturas renascentistas de Botticelli, Rafael, Caravaggio, Ticiano, da Vinci, entre outros. Portanto, um maior tempo deverá ser dedicado a este museu.

No nosso caso, tivemos que conhecer os dois museus no domingo em que chegamos a Florença, uma vez que, às segundas, ambos estão fechados. Dividimos, assim, a nossa tarde entre os dois, dedicando muito mais tempo à Galleria degli Uffizi.


Visitando a Galleria degli Uffizi


A primeira coisa que você precisa saber sobre este museu é que ele se localiza no interior de um dos mais importantes palácios de Florença, construído pelo arquiteto Vasari, a mando da poderosa família Médici, que governou Florença por anos.

Embora tenham constituído uma dinastia, o que nunca é bom para um governo, os membros da família eram amantes das artes, tendo tido, assim, importante papel dentro do Renascimento. E, não à toa, acabaram acumulando uma imensa coleção de obras de arte, que resolveram expor no último andar do palácio, ainda no século XVI.

E, assim, a Florença atual herdou um dos museus mais importantes do mundo e nós, turistas, temos o privilégio de conhecê-lo ao colocarmos os pés na cidade.

O prédio tem formato de U, com a parte que une os dois braços localizada ao sul, às margens do Rio Arno. O braço leste abriga as principais salas e é próximo à sua extremidade norte que se localiza a entrada do museu. 



O mapa mostra a localização da Galleria Uffizi, representada por um desenho em U vermelho. O braço mais longo é o leste, por onde o turista inicia a visita. A seta azul mostra onde fica a entrada do museu. Entre os dois braços da galeria, há a chamada Piazzale degli Uffizi. Perceba que o museu fica entre o Palazzo Vecchio, ao norte, e o rio Arno, ao sul.

Foto tirada da extremidade norte da Piazzale degli Uffizi, entre os dois braços da galeria (pela quantidade de cabeças, dá para perceber a multidão no local, né?)

Parte da galeria que une os dois braços e seu portão em arco que liga a Piazzale degli Uffizi às margens do rio Arno

Uma vez tendo acesso à galeria (após passar pelo sistema de segurança), o turista sobe uma escadaria até o segundo andar, onde, de fato, se inicia o tour. As primeiras salas incluem pinturas de antes do Renascimento, com destaque para obras de Giotto. Confesso que foi a parte do museu que menos nos agradou.

Já no interior do museu, subindo a escadaria até o segundo andar, onde se iniciar a visita.

Exemplo do tipo de obra exposta nas primeiras salas da galeria, representando uma fase pré-Renascimento e sempre com temas cristãos.

Chegando à fase inicial do Renascimento, encontramos esta famosa obra de arte:  Retratos do Duque e da Duquesa de Urbino, do pintor Piero della Francesca.

Muitas das salas da galeria são denominadas de acordo com o artista cujas obras estão expostas. Sendo assim, há salas com obras de Botticelli, salas com obras de da Vinci, salas com obras de Rafael, e por aí vai.

Pelos corredores, entre as salas, o visitante pode ir admirando as belas estátuas que adornam a galeria (e que também pertenciam aos Médici), assim como a bela arquitetura do prédio e os janelões com vista para Florença.

O belo corredor da ala leste da Galleria Uffizi


Estátuas adornam o corredor


O teto da galeria também chama a atenção


Entre os quadros, em algumas salas, mais estátuas


Réplica da famosa estátua Laocconte e seus filhos (a original está exposta no Museu do Vaticano)


Janelões da galeria, com vista para Firenze


Arte dentro e fora do museu

A partir das salas 7 e 8 é que começam de fato as obras do Renascimento, destacando-se, a partir da sala 9, as famosas pinturas de Botticelli. Esta foi a nossa parte preferida do museu e passamos um bom tempo admirando suas duas mais famosas pinturas: o Nascimento de Vênus e o belíssimo A Primavera. Esta última é bem maior do que pensávamos e, realmente, nos encantou com os muitos detalhes que a compõem.

Uma das salas dedicadas a pinturas do Renascimento e conhecida como Tribuna


O Nascimento de Vênus foi encomendada a Botticelli pelos próprios Médici e pintado em uma época onde os artistas se detinham aos temas católicos. Será que gerou polêmica?


A Primavera também tem por base a mitologia e, não à toa, é um dos quadros mais famosos de Botticelli.

Mas outras obras também vão chamando a atenção durante a visita, como mostro nas fotos abaixo:

Sagrada Família de Michelangelo
O Batismo de Cristo, obra de aluno Leonardo da Vinci e seu mestre Verrocchio. Ainda com participação de Botticelli.


A Anunciação de Leonardo da Vinci. Há quem diga que esta foi a primeira pintura do famoso artista.
Obra inacabada de Leonardo da Vinci que está sendo restauranda, na Uffizi

Medusa de Caravaggio, pintado em um escudo


Baco de Caravaggio

Uma curiosidade sobre a Galleria degli Uffizi é que ela possui uma comunicação com o Palazzo Pitti, localizado do outro lado do rio Arno. Esta comunicação é uma espécie de passagem secreta, conhecida como Corredor Vasari (foi projetada pelo mesmo arquiteto a pedido da família Médici). Dizem que o corredor possui obras de arte ao longo do seu trajeto (não sei se é verdade). 

Além disso, a parte do corredor que atravessa o rio fica ao longo da Ponte Vecchio. Para quem leu o livro ou assistiu ao filme Inferno, deve se lembrar da referência à esta passagem. Infelizmente, o Corredor Vasari não é aberto à visitação.

A Galleria Uffizi também possui uma cafeteria, com uma varanda externa, de onde avistamos a cúpula da catedral e a torre do Palazzo Vecchio. Ela está na extremidade norte da galeria oeste (no final da visita).

Varanda da cafeteria da Galleria Uffizi


Cúpula da catedral vista da varanda da cafeteria

O ingresso para visitar o museu custa, atualmente, 20 euros (de 01/03 a 31/10) e 12 euros (de 01/11 a 28/02) e pode ser comprado online neste link. Na verdade, recomenda-se que seja comprado online, já que as filas para comprar no local costumam ser enormes, especialmente, durante a alta temporada.

A desvantagem de comprar online é que isto aumenta em 4 euros o valor do ingresso, mas, para fugir da fila maior, vale à pena. Falo em fila maior, porque, independente, você ainda pegará a fila daqueles que compraram online. Até nos assustamos com o tamanho dela (esperávamos que nem fila teria), mas ela acabou andando rápido.

Um fato ao qual você deve ficar atento é que a disponibilidade do ticket online é limitada e, como a procura é alta, você não deve demorar muito para realizar a compra. Compramos com um mês de antecedência e já havia poucos horários disponíveis. Nossa visita foi em junho e acreditamos que nos meses de julho e agosto a procura seja ainda maior.

Na hora da compra, você deverá escolher a data e o horário da visita. Nós, por exemplo, escolhemos o horário das 14 às 14h15. Recomenda-se que se chegue com 15 minutos de antecedência com o número da compra em mãos (você pode imprimir o e-mail que receberá após a compra). 

Chegando ao museu, você deve procurar a porta 3, onde você receberá seu ingresso. Com ele em mãos, é só seguir para a porta 1, por onde você entrará na galeria. A porta 2 é onde é vendido o ingresso no local.

Indicação da porta 3, que fica no braço oeste da galeria, ao contrário da porta 1, que fica no braço leste.


Só é possível retirar o bilhete com 10 minutos de antecedência do horário marcado


Horários de funcionamento da Galleria degli Uffizi: das 8h15 às 18h50 de terça a domingo. O ticket office fecha às 18h05. Para maiores informações, você pode acessar o site oficial do museu.

Como visto na última foto acima, não tem como retirar o bilhete com mais de 10 minutos antes do horário marcado. Como não sabíamos disto, acabamos chegando alguns minutos antes do necessário. Mas, para não perder tempo, resolvemos ir apreciar um pouco a vista da Ponte Vecchio a partir da margem do Arno, já que estávamos tão próximos. 

A bela Ponte Vecchio


Conta a lenda que os alemães não tiveram coragem de destruir a Ponte Vecchio quando invadiram a cidade de tão bonita que a acharam.

Como a ponte fica bem perto da Galleria Uffizi, dá para conhecer as duas atrações uma após a outra

Dá para imaginar que o Corredor Vasari passa por ela? Acredito que as janelas no topo da ponte correspondem a esta passagem

Ao todo, ficamos cerca de duas horas dentro da Galleria degli Uffizi, o que, para nós, foi suficiente. No entanto, se você for um grande entusiasta das artes, especialmente, daquelas ligadas ao Renascimento, talvez precise de bem mais tempo para apreciar tudo com calma.


Visitando a Galleria della Accademia


A Galleria della Academia é bem menor do que a Uffizi, mas acaba tendo um grande número de visitantes por ter o Davi de Michelangelo original exposto sob o seu teto. Desta forma, o museu também é muito procurado, de modo que a compra do bilhete online é essencial se você quiser evitar as filas.

E, da mesma forma que ocorre na Galleria deggli Uffizi, você não deve deixar para comprar o ingresso muito próximo à viagem. Nós, por exemplo, conseguimos apenas um ticket faltando um mês para a visita. Desta forma, eu acabei não conhecendo o museu (não tive paciência para enfrentar a fila para compra no local). Já Técio teve o privilégio de ver o Davi de perto.

A compra do ticket pode ser realizada neste link e segue o mesmo protocolo explicado para a Uffizi. No local, você deve retirar seu ingresso no número 51 da Via Ricasoli.

Local de retirada do ingresso comprado online, na Via Ricasoli, número 51 (mesma rua do museu)


Seguimos para o museu logo após nossa visita à Galleria degli Uffizi. Enquanto Técio conhecia o Davi, fiquei esperando em um café próximo. Ele ficou encantado pela beleza da famosa escultura, com os detalhes da anatomia esculpidos por Michelangelo e pelo tamanho impressionante da estátua.

O Davi de Michelangelo original




Mas se você não conseguir ou não quiser visitar o museu, a Piazza della Signoria possui uma réplica do Davi de Michelangelo em frente ao Palazzo Vecchio no mesmo local onde ficava a original no passado. Muitas pessoas, inclusive, se confundem e acham que aquela réplica ao ar livre é o Davi original.

A réplica do Davi de Michelangelo em seu local original, na Piazza della Signoria, em frente ao Palazzo Vecchio.

E, embora a escultura seja a grande atração da Galleria della Accademia, há outras estátuas para se apreciar no local, como O Rapto das Sabinas, assim como uma sala dedicada à exposição de antigos instrumentos musicais que pertenciam à família Médici.

O museu é bem pequeno e não é necessário muito tempo para conhecê-lo. Há ainda um primeiro andar com algumas pinturas expostas que, pelo menos durante a visita de Técio, estava bem vazio. Os turistas se concentram mesmo em volta do Davi.

O museu funciona de terça a domingo das 8h15 às 18h50 e o ingresso custa 12 euros. para maiores informações, você pode acessar o site oficial da galeria.

O mapa mostra a localização da Galleria della Accademia no centro de Florença e o trajeto de cerca de 14 minutos de caminhada entre ela e a Galleria degli Uffizi





OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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