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terça-feira, 28 de maio de 2019

O que fazer em Sintra

Localizada a cerca de 30 Km de Lisboa, em uma região de serras, encontra-se a agradável cidade de Sintra, um dos bate-e-voltas mais populares entre os turistas que visitam a capital portuguesa. Otimizando bem o seu tempo, é possível visitar as principais atrações da cidade em um único dia.

Entre estas atrações, destacam-se três: a Quinta da Regaleira, o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros. A primeira fica próxima do centro e pode ser facilmente acessada a pé. Já as outras duas ficam no topo da Serra de Sintra, sendo necessário lançar mão de algum transporte público.

Aliás, a geografia de Sintra garante que o turista vai ter que subir e descer ladeiras pela cidade, o que, obviamente, pode dificultar um pouco a vida dos viajantes que gostam de bater perna. A boa notícia é que o centro histórico é pequeno.

Sintra
Não dirigimos pela cidade, mas não recomendamos. Pelo que percebemos, não é nada fácil estacionar por lá. E, considerando a facilidade em ir de trem de Lisboa para Sintra, não achamos que seja necessário se deslocar para lá de carro.

Outro aspecto que nos chamou a atenção em Sintra foi a enorme quantidade de turistas na cidade. Em torno do meio-dia, parecia haver mais visitantes do que espaço para albergar todos. Este alto fluxo de turistas, certamente, veio como consequência do aumento do investimento do país no turismo, refletindo o incremento do setor em Lisboa.

O problema é que Sintra não nos pareceu ainda complemente adaptada à grande concentração de turistas (pelo menos na época em que a visitamos). Pelo menos no que se refere ao transporte público.


Explico: para subir até o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros, pode-se pegar um ônibus turístico no centro histórico. Aparentemente, super fácil e tranquilo. Só não contávamos com as imensas filas na parada e a superlotação dos ônibus.

Após séculos de espera, conseguimos embarcar espremidos. E espremidos fomos até o destino final. Foi tão desconfortável e tanto tempo perdido que acabamos desistindo de visitar o Castelo dos Mouros e focamos apenas no Palácio da Pena. Nitidamente, a prefeitura de Sintra precisa aumentar a frequência dos ônibus, pelo menos nos horários com maior fluxo de turistas.

Mas vamos parar de reclamar e focar no que há de melhor na cidade.

Visitando a Quinta da Regaleira


Chegamos a Sintra pela manhã, chegando de trem a partir de Lisboa (contamos como ir de Lisboa a Sintra em outro post). E resolvemos seguir direto para a Quinta da Regaleira. Fomos caminhando a partir da estação de trem por cerca de 25 minutos, passando pelo centro histórico. 

Se não quiser caminhar por tanto tempo (até porque há escadas e ladeiras no caminho), você pode pegar um ônibus em frente à estação e descer no centro histórico (o ônibus é o 434 - falo mais sobre ele mais abaixo). De lá até a Quinta da Regaleira caminhando serão cerca de 15 minutos.

Mas, afinal, o que é a Quinta da Regaleira? Obra de um milionário (Antônio Augusto Monteiro) que viveu entre os séculos XIX e XX, a quinta corresponde a um palacete rodeado por jardins, grutas e monumentos aos pés da Serra de Sintra. Alguns dos pontos de interesse do local estão repletos de simbologia e representações míticas, refletindo a atração do milionário por temas maçônicos, alquímicos e templários.

Quinta da Regaleira

Entre as atrações do local, destacamos: o Palácio, a Torre da Regaleira, o Poço Iniciático, a Gruta do Labirinto, o Lago da Cascata, a Capela da Santíssima Trindade, o Portal dos Guardiães e a Fonte da Regaleira. Tudo isso envolto por um agradável bosque na encosta da serra.

A entrada se dá pela Avenida Almeida Garrett. Você logo encontrará a bilheteria. O ingresso custa, atualmente, 8 euros (pode-se alugar um audio-guia por 3 euros). Abre diariamente das 9h30 às 20h (última entrada às 19h) de 01 de abril a 30 de setembro e das 9h30 às 18h (última entrada às 17h) de 01 de outubro a 31 de março. O palácio fecha 30 minutos antes do horário de encerramento.

Embora o Palácio se localize próximo à entrada, nós optamos por iniciar o passeio pelo bosque, deixando o Palácio para o final. O bosque vai se estendendo ao longo de nove patamares, em uma alusão aos nove círculos do Inferno e aos nove céus do Paraíso da Divina Comédia de Dante. À medida que desbravamos os patamares, vamos encontrando as surpresas da quinta.

Passamos pela capela, mas não entramos. Com arquitetura neomanuelina, a capela faz alusão à Ordem de Cristo (referência aos Templários). Dizem que, da sua cripta, parte uma passagem secreta até o Palácio.

Seguimos até a Torre da Regaleira. Subimos a mesma e apreciamos a vista da quinta a partir dela. Dizem que ela foi construída para dar a sensação de quem a sobe de estar no eixo do mundo. Ninguém nos avisou disso e, confesso, não tivemos sensação alguma!

A Torre da Regaleira





Sintra vista da Torre da Regaleira


parte do Palácio da Pena vista da torre

Na parte inferior da torre, vemos o acesso à Gruta da Leda. Embora haja muitas grutas na quinta que funcionam como entradas para a rede de túneis subterrâneos que formam a Gruta do Labirinto, a Gruta da Leda não tem este acesso.

Continuamos percorrendo os patamares do parque, em meio a muito verde e vários jardins. O caminho é sinalizado, mas você pode adquirir um mapa para ajudá-lo no passeio. No site oficial da atração, você pode acessar um mapa online. 

Muito verde na Quinta da Regaleira


Jardins


Para quem curte natureza, a quinta é parada obrigatória

Chegamos à Fonte da Regaleira, também conhecida como Fonte da Abundância. Localiza-se de frente para uma praça semicircular com um trono talhado em pedra de frente para a fonte. Nesta, destaca-se as letras C e M, intercaladas pela figura de um peixe (talvez em referência aos primeiros cristãos).

A Fonte da Regaleira


Seguimos, então, em direção a um dos monumentos da quinta que mais queríamos conhecer: o Poço Iniciático. Provavelmente, a construção mais mística de todas ali localizadas, o poço é uma espécie de torre invertida que troca os céus pelo mundo subterrâneo. Tem seu topo localizado em um dos patamares mais altos da quinta e vai descendo em espiral em direção a sua base, a partir de onde temos acesso ao labirinto que forma as grutas da Quinta da Regaleira.

O Poço Iniciático


Também conhecido como "Torre Invertida"


São 27 metros de comprimento ao longo de nove patamares (olha Dante mais uma vez), com uma arquitetura e um simbolismo de inspiração alquímica, fazendo uma direta referência à relação entre Terra e Céu. O nome "iniciático" decorre do fato do monumento ser tido como um local de iniciação de membros da Maçonaria. Cadê Dan Brown que ainda não escreveu um livro sobre a Quinta da Regaleira? Material não falta.

Ficamos encantados por este monumento


Descendo a escadaria em espiral do poço


Chegando na base do poço


Sem dúvidas, o Poço Iniciático foi o ponto alto da nossa visita, não apenas a Sintra, mas a Portugal. O clima místico do local chega a ser palpável. A beleza arquitetônica da torre (ou poço) e sua natureza exótica invadindo os confins da terra são hipnotizantes.

O Poço Iniciático visto da base

Como chegamos ao local pelo seu topo, fomos descendo sua escadaria em espiral até a sua base. Ali encontramos o acesso aos túneis subterrâneos e resolvemos explorá-los. Durante nossa caminhada pelo labirinto de grutas, o ponto alto foi dar de cara com a cascata que forma o Lago da Cascata. Não sabíamos que era possível avistar esta atração do ponto de vista da gruta e amamos descobrir esta perspectiva.

Acessando a rede de túneis subterrâneos da quinta


Você pode chegar ao Poço Iniciático pelos túneis e, então, subir a escadaria, ao contrário do que fizemos


Antes, estes túneis eram menos iluminados e cheios de morcegos. Mas o turismo acabou afugentando os animais.


Avistando o Lago da cascata a partir dos túneis


Amamos esta perspectiva


Saindo dos túneis por uma das grutas (acredito que saímos pela Gruta do Oriente), seguimos, então, até o Lago da Cascata para apreciá-lo da área externa. Mais um ponto de vista deslumbrante para esta bela atração da Quinta da Regaleira.

Siando dos túneis subterrâneos


Chegando ao belo Lago da Cascata


A pequena cascata


A ponte sobre o Lago da Cascata


Hora de seguir até o palácio. Infelizmente, acabamos deixando passar outras duas atrações da quinta: o Portal dos Guardiães e a Alea dos Deuses. O primeiro fica em frente ao chamado Terraço dos Mundos Celestes, de onde, dizem, se tem uma bela vista panorâmica. A segunda corresponde a uma alameda adornada com estátuas de deuses mitológicos, como Vênus, Orfeu, Fortuna, Hermes, Pã, Dionísio, entre outros.

O Palácio da Regaleira

O Palácio da Regaleira, com sua arquitetura eclética, misturando o gótico, o renascentista e o neomanuelino, vale a visita. No seu interior, podemos visitar os aposentos do palacete, com destaque para a Sala de Caça e a Sala da Renascença, assim como o alpendre com vista para a quinta, e o terraço panorâmico no alto da torre octagonal que se destaca na construção.

Sala de Caça


Lareira da Sala de Caça


Sala da Renascença


Detalhes do palácio


Área externa do palácio


Fachada do palácio

Terminamos a visita à Quinta da Regaleira completamente encantados com o lugar. Sem dúvida, nosso lugar preferido em Sintra.

O Centro Histórico de Sintra


Retornamos caminhando até a parte central do centro histórico, onde concentram-se os restaurantes da cidade. Àquela hora, já passado do meio-dia, a multidão de turistas já havia invadido a cidade e os restaurantes estavam lotados. 

Resolvemos almoçar o típico bacalhau português e, então, seguimos para a doceria mais famosa de Sintra, a Piriquita, em busca da nossa sobremesa. Confeitaria familiar e tradicional da cidade, a Piriquita se transformou em um ponto turístico da cidade. A Queijadinha de Sintra é o doce clássico do lugar, mas também experimentamos o Travesseiro de Sintra. Eu preferi este último, enquanto Técio preferiu a queijadinha. Portanto, vale experimentar os dois. 

A queijadinha e o travesseiro de Sintra


Um dos pontos turísticos do centro da cidade é o Palácio Nacional de Sintra. Já tendo servido de moradia para a antiga monarquia portuguesa, o palácio está aberto à visitação. Abre diariamente das 9h30 às 19h (com última entrada às 18h30). O ingresso custa, atualmente, 10 euros. Para maiores informações, você pode acessar o site oficial da atração.

Palácio Nacional de Sintra

Prédios de Sintra em frente ao Palácio Nacional. No topo da Serra, vê-se parte do Castelo dos Mouros

Optamos por não conhecer o Palácio Nacional de Sintra e seguir direto para o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena. A ideia era pegar o ônibus turístico no centro e subir a serra, parando primeiro no Castelo dos Mouros e seguindo viagem depois para o Palácio da Pena. Este ônibus é o 434. Ele passa pela estação de trem, pelo centro e pelos dois monumentos citados. A passagem custa 6,90 euros e permite descer e subir em cada parada, não podendo repetir o percurso.

Mas como já falamos no início do post, a enorme espera no ponto e o desconforto imposto pelo aperto dentro do ônibus acabou nos fazendo desistir de descer no Castelo dos Mouros. Sem dúvida, há a necessidade de aumentar o número de ônibus durante o dia para melhorar o serviço.

E nos arrependemos bastante de não ter contratado uma espécie de tuk tuk que oferece seus serviços próximo às paradas do 434. Teríamos pago um pouco mais caro, mas teríamos conseguido conhecer as duas atrações.

E se você está aí pensando: melhor, então, ir de carro, pense mais cinco vezes. Claramente, não é simples dirigir por lá, além da enorme dificuldade que você terá em conseguir um estacionamento.

Visitando o Palácio da Pena


Considero o Palácio da Pena um dos mais bonitos que já visitei pela Europa. Além de uma localização privilegiada, no topo da serra, com vista para toda a região, o que mais me encanta no monumento é sua composição de cores, diferente de outros palácios europeus. O ar de conto de fadas envolve o monumento.

Chegando ao Palácio da Pena


Palácio da Pena



Chegando ao portão de acesso


Vista do palácio
No entanto, nesta minha segunda visita ao palácio (já o havia visitado em 2010), o encanto foi prejudicado pela invasão turística. Enquanto na primeira vez, foi tranquilo fotografar os diferentes pontos do local, desta vez foi quase impossível conseguir fotos sem outros turistas aparecendo atrás. O aumento do turismo tem suas desvantagens.

Turista por todo lugar












Era tanta gente que acabamos desistindo de visitar o interior do palácio e nos concentramos apenas em sua área externa. O valor do ingresso apenas para a parte externa custa 7,50 euros. Adicionando o passeio pelos aposentos do palácio, o valor sobe para 14 euros. Pode-se também aproveitar para passear pelo parque em torno do castelo.

Achando uma parte do palácio sem turista



Conseguindo uma foto sem mais ninguém nela

Um ponto a ser ressaltado é que o ônibus te deixa exatamente em frente à bilheteria, mas você terá que subir um ladeira até a entrada do palácio. Para pessoas com dificuldade de locomoção pode ser um problema. 

O palácio abre diariamente das 9h30 às 19h (com último ingresso sendo vendido às 18h15 e última entrada às 18h30). Já a parte externa fica aberta das 9h30 às 20h (com última entrada às 19h). Para mais informações, visitar o site oficial

Se for visitar o Castelo dos Mouros, saiba que ele abre diariamente das 9h30 às 20h (com última entrada às 19h) e o ingresso custa 8 euros. O seu site oficial pode ser acessado clicando neste link

Castelo dos Mouros visto do Palácio da Pena





OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio


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