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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

O que fazer no centro histórico de Bogotá

Quando chegamos ao aeroporto de Bogotá, no sábado à noite de Carnaval, estávamos, confesso, um pouco desanimados para conhecer a cidade. Na verdade, embora já achássemos que iríamos preferir Cartagena e San Andres, estávamos sem muita empolgação para conhecer a própria Colômbia.

O que não sabíamos naquela noite ainda é que não apenas voltaríamos para o Brasil apaixonados pelo país como também satisfeitos com o tempo passado em Bogotá. E quando qualquer cidade ou país acaba nos surpreendendo positivamente, não tem como não regressar com um largo sorriso no rosto.

Mas para aproveitar bem a capital colombiana é preciso ter em mente que a metrópole tem como foco central sua cultura e história. É uma grande cidade da América Latina com problemas comuns às demais, mas que oferece ao visitante museus, praças, ruas históricas e restaurantes que farão valer à pena a sua passagem por lá.

Centro Histórico de Bogotá

No entanto, acredito que dois dias sejam suficientes caso você não queira passar tanto tempo e não aguente de ansiedade para fugir aos destinos mais badalados, como Cartagena e o Caribe Colombiano.

Sem dúvida, o Centro Histórico de Bogotá é uma das principais atrações turísticas da cidade e, neste post, contaremos como foi nossa passagem por ele, ajudando vocês a escolher o que colocar na sua lista de "coisas para se fazer em Bogotá".

O centro histórico fica localizado no antigo bairro da Candelária e possui a maior parte de suas atrações concentradas próximas ou em torno da Plaza Bolívar (a Plaza Mayor da cidade).

Para chegar até o bairro, fomos de Uber e escolhemos o Museu do Ouro como ponto de partida. É também possível ir de táxi ou de transporte público. Há uma parada de ônibus quase ao lado do museu.

Estação do ônibus público de Bogotá correspondente ao Museo del Oro

Visitando o Museo del Oro


Considerado um dos maiores e mais importantes museus dedicados ao ouro no mundo, ele expõe artefatos arqueológicos pertencentes e fabricados pelos povos que habitavam o continente sul-americano antes da chegada dos colonizadores, os chamados povos pre-colombianos. Como você entenderá ao longo do museu, o uso do ouro no dia a dia destes povos era algo bem comum, seja em joias, roupas, armas e objetos de casa.  E, não à toa, atiçou a cobiça dos colonizadores espanhóis.

Fachada do Meuseo del Oro

Iniciando a exposição













Como era um domingo, a entrada ao museu era gratuita (algo comum aos museus administrados pelo Banco de la República na Colômbia). E como, por este motivo, já esperávamos muita fila, escolhemos o Museu do Ouro para iniciar o nosso passeio. De qualquer modo, a fila que se formou foi bem menor do que esperávamos.

Enquanto esperávamos na fila, vendedores ambulantes de tanajuras (para comer) tentavam vender suas iguarias.

Para entrar no museu, é preciso passar por detectores de metal e depois é só seguir para a bilheteria seja para comprar seu ingresso nos demais dias da semana seja para pegá-lo de graça aos domingos.

As exposições se concentram nos segundo e terceiro andar. No primeiro andar, descendo um curto lance de escadas, encontra-se a cafeteria do museu. E, no subsolo, é a área dedicada às exposições temporárias. Demos sorte pois, na nossa visita, a exposição do momento era relacionada aos navios negreiros que traziam escravos para as colônias latino-americanas. E arrisco dizer que estava tão (ou até mais) interessante do que a exposição permanente.

Exposição temporária







O Museu do Ouro de Bogotá abre de terça a sábado das 9 às 18h e aos domingos das 10 às 16h. Fecha às segundas. E a última entrada ocorre 30 minutos antes do fechamento. O ingresso custa, atualmente, 4 mil pesos colombianos.  

De frente ao prédio do museu, há uma praça, o Parque Santander, do outro lado do qual, vemos a Igreja de San Francisco. Na sua lateral direita, encontramos um complexo de lojinhas de souvenir e um prédio empresarial, em cujo um dos andares fica o Museu da Esmeralda. Não quisemos conhecer este último museu naquela manhã e deixamos para retornar ao local no nosso segundo dia em Bogotá. Mas contamos no final deste post como foi a experiência.

Galeria repleta de produtos artesanais e souvenirs quase ao lado do Museu do Ouro

Do outro lado do Parque Santander, pegamos a Carrera 7 em direção à Plaza de Bolívar. Pelo menos aos domingos, apenas pedestres e ciclistas podem transitar por esta via.


Conhecendo a Plaza de Bolívar


Saímos, então, caminhando pelo centro histórico rumo ao coração de Bogotá, a Plaza de Bolívar. Lá, em meio a muitos pombos e a vários vendedores ambulantes oferecendo típicas comidas colombianas, encontramos importantes edifícios históricos, como a Catedral, o Capitólio Nacional, o Palácio do Governo e o Palácio da Justiça.

Avistando uma das torres da catedral


Chegando à Plaza de Bolívar


A fachada da catedral

Interior da Catedral (entrada gratuita)


O Capitólio Nacional





No centro da praça



Nada muito diferente das praças principais de outras cidades da América Latina.

Visitando o Centro Cultural Gabriel Garcia Márquez

E não tinha como um dos mais famosos e premiados escritores colombianos não ter um espaço para chamar de seu, no centro de Bogotá. E foi para o centro cultural que leva o seu nome que seguimos a partir da Plaza de Bolívar.

Entrada do centro cultural

Para isto, basta pegar a lateral direita da catedral pela Calle 11, seguindo por apenas um quarteirão até a esquina com a Carrera 6. 

Logo no térreo do Centro Cultural Gabriel Garcia Márquez, encontramos uma das redes de cafeteria mais famosas da Colômbia, o Juan Valdez Café. Focado em um dos produtos nacionais mais apreciados por locais e turistas, o Juan Valdez aposta no clássico café colombiano e consegue ser mais popular no país do que a rede americana Starbucks. Infelizmente, no entanto, mantém características semelhantes com ela, o que nos decepcionou um pouco, já que esperávamos algo mais raiz.



O café, no entanto, é mesmo muito bom e aproveitamos para experimentar as típicas arepas, iguaria colombiana à base de milho. O sabor era bem similar às iguarias feitas de milho do Nordeste do Brasil e, portanto, não foi muita novidade para a gente. Mas confesso que não gostamos tanto do sabor. Acredito que as arepas vendidas pelas ruas sejam mais gostosas.

Café e arepa


Após nossa pausa para o café, seguimos para o principal foco do centro cultural: a sua livraria. Técio ama conhecer livrarias ao redor do mundo e não seria diferente em Bogotá. Ali, ele passou um bom tempo perdido entre o rico acervo da livraria. Já eu aproveitei um pouco para fotografar as ruas da cidade a partir do último andar do centro cultural. 

No interior do centro cultural


A livraria

Interior da livraria


Na lateral do centro cultural, temos uma das mais bonitas ruas da Candelária, a Calle 11

Vista do último andar do centro cultural


Do último andar do centro cultural, avistamos os famosos cerros que envolvem Bogotá, tomados por nuvens naquele domingo

Olhando para o outro lado, avistamos a torre da catedral


Nossa visita ao Museo Botero e ao Museo Casa de Moneda

Também administrados pelo Banco da República da Colômbia, estes dois museus são visitados juntos, já que se intercomunicam por estarem localizados no mesmo prédio, um ao lado do outro. Aliás, prédio este em estilo colonial que já vale a visita.

Para chegar aos museus basta caminhar poucos metros a partir do Centro Cultural Gabriel Garcia Marques pela Calle 11.

A Calle 11

Parte do prédio colonial que abriga o Museu Botero e o Museu Casa da Moeda

Entrada do Museu Botero


Fernando Botero é um dos mais importantes e famosos artistas da Colômbia e foi ele mesmo que doou ao museu  não apenas mais de 100 das suas obras mas também pinturas de outros famosos pintores que faziam parte da sua coleção pessoal. Entre eles: Monet, Renoir, Picasso e Dalí.

Portanto, prepare-se para percorrer, entre as salas do museu, as clássicas pinturas de Botero cujas proporções volumosas de pessoas e objetos são marca registrada. Destaque para a sua releitura da Monalisa.

Da mesma forma, você encontrará várias esculturas do artista feitas em bronze ou mármore, além de vários quadros de muitos outros pintores, como já falado.

No saguão de entrada do Museu Botero


Uma das primeiras obras vistas ao iniciar a visita







Um dos jardins que encontramos no interior do museu



No segundo andar, encontramos várias esculturas de Botero











A Monalisa de Botero

E também tem Picasso



Tem Monet


E esta curiosa obra de Dalí

Mas quem predomina mesmo é Botero


O Museu Botero se tornou, para nós, um dos nossos museus preferidos no mundo. Amamos seus quadros e esculturas e não vimos o tempo passar enquanto apreciávamos cada uma das suas salas de exposição. Mais uma grata surpresa que contribuiu para superar nossas expectativa em relação a Bogotá.

Já o Museo Casa de Moneda não nos atraiu tanto, embora a linda e preservada arquitetura do prédio compense a visita. Seu acervo conta a história monetária do país, indo de antigas moedas de ouro até notas mais atuais.

Seguindo pela intercomunicação interna entre os dois museus

O belo prédio colonial


Parte da exposição

Adicionar legenda




Mas foi a arquitetura colonial do museu o que mais nos encantou


O Museu Botero abre de segunda a sábado (exceto nas terças, quando se encontra fechado) das 9 às 19h; nos domingos, das  10 às 17h. O Museu Casa da Moeda tem os mesmos horários. E o melhor de tudo: ambos tem acesso gratuito. O site oficial pode te oferecer mais informações sobre os museus.

Além dos lugares específicos já citados acima, vale à pena também passear pelas ruas em torno da praça principal. A área de interesse é pequena e não toma muito tempo. Aliás, sendo o coração da cidade, acabamos voltando outras vezes ao bairro La Candelaria, aproveitando para visitar, em outro dia, o Museu da Esmeralda.

Passeando pelas ruas do centro histórico















Museo Internacional de la Esmeralda

Os colombianos se orgulham de serem um dos maiores produtores de esmeraldas do mundo e, assim como o Museu do Ouro, eles não pensaram duas vezes e criaram também um dedicado à esta belíssima pedra preciosa na cidade de Bogotá.

Mas, ao contrário dos demais museus visitados, o Museu da Esmeralda é privado e não há possibilidade de visitá-lo de forma gratuita. Ele se localiza no andar 23 no Edifício Avianca, situado quase ao lado do Museu do Ouro.

Recepção do Museu da Esmeralda


No térreo do edifício, basta informar, na recepção, sua pretensão de visitar o museu. Você receberá um adesivo de visitante e será direcionado ao elevador. Chegando ao andar 23, todo ocupado pelo museu, você efetuará o pagamento e aguardará alguns minutos para iniciar sua visita (sempre guiada).

Primeiro percorremos um corredor escuro repleto de réplicas de minas de esmeralda. O guia conta como ocorre a extração, quais os tipos existentes de esmeralda e reforça o seu orgulho pela Colômbia possuir uma das esmeraldas com maior grau de pureza do mundo.

O guia vai explicando sobre as esmeraldas nas réplicas das minas


Embora o túnel seja cenográfico, as esmeraldas em estado bruto são verdadeiras


Depois entramos numa sala onde diferentes peças feitas a partir de esmeraldas estão expostas. Neste ponto, não é mais permitido fotografar.

Não é um museu que eu consideraria imperdível. Mas foi bem interessante aprender sobre as esmeraldas e como a história do próprio país está interligada a ela.

O museu funciona de segunda à sábado, das 9 às 18 horas. Fechado aos domingos. O ingresso custa 5 mil pesos colombianos. Para maiores informações, visitar o site oficial.


  

OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio






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