Nossa frustrante visita à Playa Blanca, em Cartagena das Índias

Considerando a proximidade de Cartagena das Índias com o Mar do Caribe, é muito difícil, para o visitante, conter a tentação de visitar as tão desejadas praias caribenhas. Mas a primeira coisa que você precisa saber é que não vai encontrar praias assim na própria cidade. Afinal, as praias urbanas de Cartagena têm areia e água escuras.

Mas não se desespere! Bem próximo a Cartagena (a cerca de 1 hora de barco), está o Arquipélago do Rosário e as Ilhas Baru, repletas de praias de areia clara e mar azul-esverdeado que vai fazer você experimentar um pouco do Caribe.

São muitas opções de passeios até estas ilhas, com muitos destinos disponíveis para se escolher e diferentes opções de transporte. Portanto, é preciso ter bem em mente o que você quer e quanto tem para gastar para poder fazer a melhor escolha.

Há dois tipos de ilhas na região: as públicas e as privadas. As primeiras são, obviamente, mais baratas, já que você terá que pagar apenas o valor do transporte e a taxa portuária (os valores devem variar entre 25 e 50 mil pesos por pessoa e é válido negociar). Já as segundas são bem mais caras, com valores que costumam ultrapassar 150 mil pesos por pessoa.

O mar caribenho em Playa Blanca

Mas as ilhas particulares têm uma vantagem: mais exclusividade, menos multidão, mais limpeza nas praias e ausência de assédio de vendedores ambulantes. Sem dúvida, é uma experiência muito melhor e, por isso mesmo, bem mais cara.

Os passeios às praias públicas costumam envolver dois destinos principais: a Playa Blanca, nas Ilhas Baru; e o Oceanário, na Ilha de San Mantín de Pajares. Este último corresponde a um aquário natural, onde é possível apreciar a vida marinha, incluindo tartarugas, tubarões e golfinhos. Há, inclusive, um show de golfinhos adestrados. Esteja ciente, no entanto, que, ao chegar à ilha, você terá que pagar uma taxa de 25 mil pesos (valor atual) para entrar no Oceanário (não incluído no valor do passeio). Se não quiser, pode ficar apenas aproveitando o mar.

Já a Playa Blanca é uma faixa de areia branca com mar caribenho, onde você pode desfrutar da praia alugando alguma barraca. E, por ser pública, estará sempre lotada, o que para nós foi um problema. Ainda pode haver um assédio excessivo de vendedores ambulantes, o que pode desagradar muita gente.

O turista pode conjugar a visita do Oceanário com a Playa Blanca. Neste caso, os passeios costumam parar primeiro no Oceanário, o que, na teoria, faz com que a Playa Blanca esteja mais vazia nas primeiras horas da manhã. Uma opção, portanto, é escolher um passeio que vá direto para Playa Blanca caso não queira visitar o Oceanário (embora isso não tenha dado muito certo no nosso caso, como explicamos mais abaixo).

Uma vez decidido o seu destino, você terá também que definir qual transporte utilizar. Para as ilhas públicas, há duas opções: catamarã ou lancha. O primeiro é mais cômodo e confortável, mas bem mais lento, com um tempo de cerca de duas horas e meia para se chegar ao destino. Com um trajeto tão longo, seu tempo na praia ficará reduzido e você aproveitará bem menos no caso de um bate-e-volta.

Já se escolher a lancha, você chegará ao destino em cerca de 1 hora, mas o passeio será mais desconfortável, especialmente indo contra as ondas. Você, provavelmente, ficará todo molhado e se tiver problema com enjoos, não será uma opção nada agradável.

Independente do tipo de embarcação escolhida, você terá que pagar uma taxa portuária que custa, atualmente, 6.500 pesos colombianos.

Para quem optar pela Playa Blanca, há também uma terceira opção de transporte: o ônibus (há uma ponte ligando a Ilha Baru ao continente). A vantagem é que sairá mais barato (de 15 a 20 mil pesos). O trajeto dura pouco mais de uma hora.

Para quem quiser curtir as ilhas com mais tranquilidade, há também a opção de se hospedar nos resorts das ilhas particulares ou em opções mais baratas de hospedagem em Playa Blanca.

E como fazer para comprar o passeio? Você pode fechar com alguma agência de turismo ou ir diretamente à marina localizada perto da Cidade Amuralhada e de onde partem os barcos: o Muelle Turístico de la Bodeguita. 

Estando dentro da Cidade Amuralhada, basta sair pelo acesso de pedestres localizado na Torre do Relógio e pegar à direita, seguindo a calçada que acompanha a muralha. A poucos passos de caminhada, você verá a marina do outro lado da avenida. Não há erro!

No dia anterior ao passeio, saímos da Cidade Amuralhada pelo acesso na Torre do Relógio

Seguimos pela calçada que acompanha a muralha

E logo vimos a marina do outro lado da avenida

No local, encontramos vários guichês vendendo os passeios

Chegando à marina, você verá vários guichês concorrendo pela sua atenção. Aí é só avaliar as opções e escolher a melhor para você. Vendedores ambulantes também tentarão te abordar para vender passeios, mas recomenda-se que os ignore e compre diretamente no guichê.

E qual foi a nossa opção?

Já adianto que escolhemos errado! Para economizar, acabamos optando pela Playa Blanca e confesso que detestei.

Compramos o passeio na própria marina e optamos pelo ônibus (não queria nem ficar mais de duas horas em um barco nem passar pelo desconforto da lancha). Até aí tudo bem. Mas achei a Playa Blanca tão tumultuada e tão suja que não consegui aproveitar a beleza do mar e não valeu à pena a economia.

Como não queríamos visitar o Oceanário (ficamos em dúvida se realmente é um local com 100% de preocupação com o meio ambiente, especialmente por conta desta história de show de golfinhos adestrados), fomos direto para a Playa Blanca crentes que ela estaria mais tranquila por ser se livrar da maior parte dos turistas que vão ao Oceanário. Mas isso não aconteceu!

Acho que o fato da maré estar cheia, limitando a faixa de areia, também contribuiu para esta sensação de superlotação.

Não tem  como eu gostar de uma praia tumultuada assim!

Além disso, como fomos de ônibus, chegamos por trás das barracas que se aglomeram na praia; e o que há exatamente por trás delas? Uma lagoa de esgoto!! Péssima primeira impressão!!

A lagoa de esgoto que nos recepcionou em Playa Blanca

O ônibus, aliás, não é o mais novo do mundo e a saída não é nada pontual. Reservamos a saída de 8 horas da manhã e chegamos alguns minutos antes na marina, no mesmo local em que havíamos comprado o passeio. Acho que esperamos mais de 30 minutos pela saída. A saída dos barcos parece que é também bem desorganizada.

Na verdade, é um microônibus

O ônibus para um pouco distante da praia e os passageiros seguem caminhando por uma estrada de terra por cerca de uns cinco minutos, passando pela desagradável represa de esgoto.

Além da lagoa de esgoto, estas barracas amontoadas não dão uma boa impressão do local

Pior que quanto passamos das barracas e acessamos a praia, nem consegui ficar feliz: tinha muito mais gente do que esperava, barracas e espreguiçadeiras aglomeradas e muito vendedor ambulante, embora não tenhamos sido tão assediados quanto nos alertaram. Este, portanto, foi o menor dos problemas. 

Confesso que a minha vontade foi de ir embora! Eu, realmente, fiquei muito frustrado! Técio conseguiu sublimar mais rápido do que eu e, já que estava ali mesmo, se esticou em uma espreguiçadeira e tentou relaxar.

As barracas, aliás, não são de graça. Pagamos 20 mil pesos por uma barraca com duas espreguiçadeiras. E ali ficamos por cerca de 2 horas esperando a hora do almoço que estava incluído no valor do passeio.

Tentando sublimar a decepção

No extremo direito da praia, encontramos uma parte isolada

Mas era cheia de pedras

E seria desconfortável ficar ali

Mas escolhemos ficar na parte mais extrema da faixa de areia, que estava menos tumultuada

Achei super tedioso ficar ali, até porque não tinha nem estímulo para caminhar pela faixa de areia. Técio ainda entrou no mar e, para alegria dele, a temperatura era agradável, próxima a do mar do Nordeste.

Entrando no mar

Vimos também muitos barcos chegando à praia, trazendo os turistas que, provavelmente, haviam passado pelo Oceanário.

Chegada a hora do almoço, fomos para a barraca que o guia havia especificado antes. O cardápio era simples: peixe frito, arroz, banana frita e suco, mas estava muito bom. Terminado o almoço era hora de retornar, enfim! E não lamentei nenhum pouco ter acabado a visita!

E se pudesse voltar no tempo, como teríamos feito? Simplesmente não teríamos ido para ilha nenhuma, nem particular nem pública. Isso porque já iríamos ter contato com o Caribe na Ilha de San Andres, para onde partimos a partir de Cartagena. 

Mas se San Andres não tivesse no nosso roteiro, aí sim teria valido à pena ser menos mão de vaca e ter pago mais caro para ir a alguma ilha particular. Sem dúvida, a experiência teria sido muito melhor!!

Só teria sido difícil escolher qual ilha particular, já que são muitas opções. Vi muitos elogios às seguintes: Isla CocoLiso, Isla del Pirata, Isla Del Encanto, Isla Gente de Mar. Lembro que, durante nossas pesquisas, esta última teria sido nossa escolha.

Infelizmente, nem tudo durante uma viagem nos satisfaz! Foi o caso da Playa Blanca, que, portanto, não recomendamos!

OBS:

1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio